Manuel Cruchinho assina o projecto da “cidade” mais sustentável e inclusiva do país
A “Cidade do Zero”, um evento que pretende demonstrar como seria vivermos numa cidade efectivamente sustentável e inclusiva, vai reunir, em Setembro, várias actividades lúdicas e educativas, numa “mini- cidade” criada de raiz no CCB - Centro Cultural de Belém.
Escolha de materiais nacionais, renováveis e reciclados; princípios como certificação, reutilização ou versatilidade dos elementos criados; e utilização exclusiva de espécies nacionais para a decoração dos espaços verdes, foram alguns dos critérios para projetar esta “cidade” que tem como ponto de honra causar o menor impacto ambiental possível. O arquiteto Manuel Cruchinho é o responsável pelo design da “Cidade do Zero” contando com o apoio imprescindível das empresas portuguesas, Companhia das Madeiras, Civifran, Floema, Planta Livre e Santo Infante, para a produção e decoração do espaço. “Tem tanto de desafiante como de entusiasmante projectar a ‘cidade’ mais sustentável e inclusiva do país” afirma o autor do projecto.
“Cidade do Zero”, decorre entre os dias 16 e 17 de Setembro, que toca as áreas da educação, alimentação, mobilidade e consumo, abre portas em Lisboa para a sua segunda edição. A funcionar das 10h00 às 22h00 no Centro Cultural de Belém, este é um evento que pretende demonstrar como seria vivermos numa cidade efetivamente sustentável e inclusiva, ensinando a sustentabilidade de uma forma lúdica através de workshops, palestras, debates, oficinas e showcookings, que abordam o tema nas suas várias vertentes, contando com a participação de especialistas de diversas áreas da ciência e profissionais de outras áreas de actuação.
Esta cidade sustentável, inclusiva e pet friendly, conta ainda com uma zona de mercado que se irá situar no espaço exterior do CCB, incorporando um modelo de mercado mais tradicional, com venda de marcas nacionais mais sustentáveis, com modelos alternativos de economia circular, onde se inclui um mercado de trocas, de vendas em segunda mão e várias oficinas de reparação.
Todas as marcas presentes na “Cidade do Zero” são nacionais e destacam-se por alguns dos seguintes princípios: produção ética, impacto social, circularidade, gestão de resíduos ou trabalho com matérias-primas recicladas. Neste mercado ético e sustentável é possível encontrar marcas especializadas em soluções de energias renováveis, de mobiliário e decoração, para além de artigos de moda, cosmética, bebé & criança, limpeza, comida & bebidas e outdoor. Hoterway - soluções de tecnológicas eficientes para aquecer a água sem desperdício; Studio8 - arquitetura e design circular; Hortas LX - agricultura urbana; GRAUº - atelier de cerâmica; So So - marca de artigos de decoração para casa e criança, Crocodile Parade - artigos de artesanato para casa feitos com deadstock; ou Reshape - peças únicas e artesanais de cerâmica feitas por reclusos e antigos reclusos, são apenas algumas das marcas que vão estar presentes na secção “casa” do mercado.
Manuel Cruchinho, sócio fundador da MCA - Manuel Cruchinho Arquitectos, é o autor do projecto de design da “Cidade do Zero”: "É com grande entusiasmo que estamos a encarar o desafio de desenhar e projetar a Cidade do Zero. Sabemos da importância que reveste este evento e foi essencial centrarmo-nos primeiramente na mensagem que se pretende transmitir e aplicá-la ao desenho do espaço. Apostámos em materiais crus e naturais para conceber esta cidade, com ruas, praças e “edifícios”, explica.
A “Cidade do Zero” está a ser totalmente pensada de forma a causar o menor impacto ambiental possível, mantendo o compromisso de utilizar apenas materiais que já estejam produzidos, ou cuja produção já esteja planeada. “A nossa principal preocupação foi que a cada elemento que entrasse na conceção deste evento fosse dada uma nova função aquando do término do mesmo. Assim tudo foi pensado para ser o mais adaptável a futuras funções”, explica Manuel Cruchinho. Quanto à escolha dos materiais a aposta foram os materiais nacionais, renováveis e reciclados. Já as bancas do evento serão feitas com madeira nacional de florestas certificadas, que vai ser usada posteriormente em cofragens de obra e os limites laterais dos stands com tecido de deadstock de fábricas nacionais. “Tudo isto só é possível devido ao empenho, à ambição, criatividade e à vontade de fazer diferente de todos os envolvidos. É um verdadeiro trabalho de equipa”, afirma o arquitecto.
A madeira utilizada foi cedida pela Companhia das Madeiras, que irá realizar toda a montagem com a Civifran, ambas empresas parceiras do evento. "A Cidade do Zero é um desafio ambicioso e exigente no qual quisemos imediatamente participar e fazer parte da solução. Procurámos executar peças de madeira que não só cumprissem as exigências estruturais do desenho, mas que também fossem de montagem fácil e com dimensões especificas para reaplicação por hipótese em cofragem de obra. A título de exemplo da versatilidade dos elementos criados, algumas das peças aplicadas já têm um lugar guardado na estrutura do nosso escritório, para guardarmos memória do que foi feito”, afirma Artur Francisco, sócio fundador da Companhia das Madeiras e Civifran.
Os espaços de ensombramento da “Cidade do Zero” serão feitos com instalações de arte e materiais reutilizados. o mobiliário de exterior será todo reciclado (incluindo caixotes do lixo, sinalética, mesas e bancos), da empresa portuguesa Floema. A decoração interior, contará com a Santo Infante, empresa que representa marcas de decoração nacionais. Por último, todas as plantas e espaços verdes serão fornecidos pela Planta Livre, com a premissa de utilizar espécies nacionais com foco em espécies produtivas para alimentação humana. Quercus suber, Taxus baccata, Alnus glutinosa e Arbutus unedo, são algumas das espécies de plantas que irão refrescar e decorar esta “cidade”.
De recordar que a acessibilidade e inclusão também estão asseguradas neste evento sendo todo o recinto adaptado a pessoas com mobilidade reduzida. Há também, e uma vez mais, a possibilidade de tradução das palestras e workshops para Língua Gestual Portuguesa, bastando para isso, enviar um e-mail para mercado@do-zero.pt.
A organização da “Cidade do Zero” é da responsabilidade de Catarina Barreiros, criadora de conteúdos sobre sustentabilidade e fundadora do projecto Do Zero, e de João Barreiros, seu sócio e marido. A Delta e GoParity voltam a patrocinar a “Cidade do Zero” e AEG, Asus, Be@t, Casa Mendes Gonçalves, Eletrão, Grupo Ageas Portugal, Pingo Doce, Planta Livre, Salsa Jeans, The Loop e Volvo são as novas empresas parceiras nesta segunda edição. Mais informações no site oficial do evento, www.cidadedozero.pt, e no Instagram: @cidadedozero.
Marcas Presentes no evento - Secção Casa
Puranna - marca eco de texteis para casa; OIÁ Plast - marca de produtos para o dia - a- dia feitos com desperdício de plástico; Luna Home Decor - marca de artigos de decoração artesanal em madeira // Mufla - marca de cerâmica manual; Clementina Atelier - marca de cerâmica por Rita Machado; Bzugo - atelier de desenho e produção de objetos de madeira; Santa Paciência - marca de Design português feito à mão; Generosa Nature - marca de produtos para plantas; Grau Cerâmica-Estúdio de Cerêmica; Re.sk8 - Mobiliário e acessórios feitos a partir de skates partidos; Crocodile Parad- produtos artesanais confecionados a partir de desperdícios têxteis, Nuna Mae - Tapetes feitos à mão; So-So - Peças de decoração e brinquedos em madeira; Torres Novas - Toalhas feitas com 100% algodão natural; Croqui Design - Design de interiores; Santa Paciência - objetos artesanais para a casa; Miss Beekeeper - Mel, pólen, granolas e velas sustentáveis; The Greatest Candle - marca de velas ecológicas.