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Juro médio nos novos créditos à habitação teve a maior subida mensal desde 2003

2 de dezembro de 2022

A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação aumentou para 2,86% em Outubro, contra 2,23% em Setembro, o valor mais alto desde Janeiro de 2015 e a maior subida mensal em 19 anos, divulgou hoje o BdP.

“Trata-se da maior subida mensal desde o início da série estatística, em 2003”, salienta o Banco de Portugal (BdP), explicando que “esta evolução acompanha a subida das taxas médias da Euribor”.

De acordo com o banco central, a taxa de juro média dos novos empréstimos para primeira habitação foi de 2,6% nos empréstimos a taxa variável e de 4,1% nos empréstimos a taxa fixa.

Numa análise complementar sobre o crédito à habitação, o BdP precisa que, em Outubro, 88% dos novos empréstimos à habitação destinaram-se à aquisição ou construção de habitação própria permanente, 6% a habitação secundária e 6% a obras.


Só 7% dos contratos de empréstimos a habitação a taxa fixa

Nesse mês, 83% do montante dos novos empréstimos para habitação própria permanente foram concedidos a taxa variável, 7% a taxa fixa e 9% a taxa mista (contratos de crédito que combinam um período em que a taxa é fixa e um período em que a taxa é variável).

Recordando que, desde Setembro de 2022, a Euribor a seis meses é o principal indexante nos novos empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, o BdP refere que, nos empréstimos a taxa variável, a taxa de juro média dos novos contratos subiu de 0,6% para 2,6% entre Dezembro de 2021 e Outubro de 2022. Já a taxa de juro média do ‘stock’ era de 1% no final do Outubro.

Nos empréstimos a taxa fixa, a taxa de juro média dos novos contratos subiu de 2,1% para 4,1% entre Dezembro de 2021 e Outubro de 2022, sendo a taxa de juro média do ‘stock’ de 2,4% no final do Outubro.

Da análise do Banco de Portugal resulta ainda que, em Outubro,” existiu maior dispersão nas taxas de juro aplicadas aos novos empréstimos contratualizados a taxa variável: a 80% destes contratos foi aplicada uma taxa de juro entre 1,5% e 3,4%, enquanto 80% dos empréstimos a taxa fixa foram contratualizados a taxas entre 3,4% e 4,5%”.

Em Outubro, a prestação média mensal dos empréstimos para habitação própria permanente era de 315 euros, mais 36 euros do que no final de 2021, e 80% dos contratos tinham uma prestação entre 113 euros e 515 euros, sendo a prestação mediana de 265 euros.

Relativamente aos novos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média aumentou para 8,06% em Outubro, face aos 7,85% de Setembro.

Segundo os dados hoje divulgados pelo BdP, no total, os bancos concederam em Outubro 1.798 milhões de euros de novos empréstimos aos particulares, menos 211 milhões de euros do que em Setembro.

Deste valor global, 1.197 milhões de euros corresponderam a crédito à habitação, 412 milhões de euros a crédito ao consumo e 189 milhões de euros a crédito para outros fins. Os valores registados em Setembro tinham sido, respetivamente, 1.341, 467 e 201 milhões de euros.

Lusa/DI

Lusa/DI