Preços das casas aumentam cerca de 5% no primeiro semestre
O preço médio dos imóveis residenciais em Portugal situou-se nos 2.123 euros. O Funchal continua a ser o município onde se demora menos a vender um imóvel (cerca de três meses e meio). Portalegre, é onde se demora mais (cerca de 6 meses). Setúbal e Ponta Delgada foram as capitais de distrito que registaram os aumentos de preços mais acentuados, aumentando 20,1% e 19,3%, respectivamente, revelam os dados divulgados pelo Doutor Finanças, em conjunto com a Alfredo, uma plataforma de Inteligência Artificial que recolhe dados do sector imobiliário, acabam de divulgar os dados imobiliários relativos ao primeiro semestre de 2022.
“Mais uma vez, o índice de preços da Alfredo, dá-nos informações actualizadas e fidedignas da evolução do mercado imobiliário em Portugal. Este barómetro é, de facto, uma mais-valia para quem está no mercado, seja profissional ou particular que procura, neste momento, comprar ou vender casa”, afirma Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.
Como referido, os preços das casas aumentaram quase 5% no primeiro semestre, com o valor médio dos imóveis residenciais em Portugal a situar-se nos 2.123 euros, de acordo com os dados da Alfredo.
Por outro lado, o tempo que os imóveis demoraram a ser vendidos diminuiu um pouco por todo o território nacional. O Funchal continua a ser o município onde se demora menos a vender um imóvel (110 dias em média, ou cerca de três meses e meio). Do lado oposto está Portalegre, onde o tempo médio é de 198 dias, pouco mais de seis meses.
No final do primeiro trimestre o Funchal já era a capital de distrito onde mais depressa se vendiam os imóveis que eram colocados no mercado. Contudo, foi preciso mais tempo para concluir a venda (122 dias).
Guarda continua a ser o município mais barato, com o preço médio de um imóvel residencial a custar 415 euros por metro quadrado, destacando-se ainda por estar entre as cidades onde os preços das casas mais caíram no último ano (-4,1%). Uma queda maior no preço médio só foi registada em Vila Real (-12,5%).
Setúbal e Ponta Delgada com aumentos de 20%
Setúbal e Ponta Delgada foram as capitais de distrito que registaram os aumentos mais acentuados. Em Setúbal, o aumento no espaço de um ano foi de 20,1%, já na capital Açoreana a subida de preços ascendeu a 19,3%.
Apesar destes aumentos expressivos, Lisboa continua a ser o município com o preço médio mais elevado (3.705 euros por metro quadrado), seguido do Porto (2.223 euros).
Os dados acima mencionados referem-se à média do mercado residencial, incluindo apartamentos e moradias. Contudo, se analisarmos os dados de forma desagregada as conclusões são ligeiramente diferentes.
Évora com pouca oferta de apartamentos
No caso dos apartamentos, o maior aumento de preços foi registado em Évora (29%), capital onde a oferta deste tipo de imóvel é a menor em todo o país. Em junho, havia apenas 79 imóveis disponíveis no mercado. A escassez de oferta no mercado eborense ajuda a explicar o tempo médio que os apartamentos demoram a ser vendidos. No caso de Évora, este período resume-se a 89 dias (no Funchal o tempo médio é ainda mais baixo: 83 dias). Olhando para o mercado nacional, o preço médio de venda de um apartamento é de 2.740 euros por metro quadrado, o que corresponde a um aumento de 10,5%, este ano.
Ao analisarmos o mercado de moradias, percebemos que o panorama é um pouco diferente: o valor médio de venda é mais baixo (1.115 euros por metro quadrado) e o aumento deste ano resume-se a 5%. Neste segmento, Setúbal destaca-se com os aumentos mais pronunciados de preços (19% no último ano), enquanto Castelo Branco registou a maior quebra (29%). Vender uma moradia demora no mínimo 133 dias, com Viana do Castelo a ser a capital de distrito onde mais depressa as moradias saem do mercado.
Os dados da Alfredo revelam um abrandamento no ritmo de subida de preços. No primeiro trimestre o aumento tinha sido de 3,5% face ao trimestre anterior e neste segundo trimestre do ano, o crescimento foi de 1,38%.
Esta evolução dos preços no mercado residencial surge numa altura em que as taxas de juro estão a subir, o que tem impacto direto para quem quer comprar casa com recurso ao crédito habitação.
“O mercado português tem apresentado um grande dinamismo nos últimos anos, especialmente nos grandes centros urbanos. Para termos uma ideia, segundo dados do INE, no primeiro trimestre de 2022, o volume de negócios imobiliários residenciais em Portugal foi maior que o realizado na totalidade do ano de 2012, o pior ano em termos de volume desde 2008. Nos Estados Unidos, a taxa de juro fixa a 30 anos para empréstimos imobiliários publicada pela Freddie Mac sofreu um aumento significativo desde o início do ano, alcançando o valor mais alto desde 2008. Os empréstimos em Portugal regem-se pela Euribor e, embora esta esteja com uma tendência de subida, não teve o mesmo aumento da americana. É expectável que o mercado imobiliário português reaja se a Euribor mantiver uma tendência de subida, o que não é garantido e não implica uma descida de preços”, salienta Gonçalo Abreu, um dos co-fundadores da Alfredo.