
Photo OCHA
Gaza: morte e destruição
O cessar fogo provisório foi finalmente acordado entre os dois beligerantes - o Estado de Israel e o movimento palestiniano Hamas - no sábado passado, com a troca de três reféns israelitas capturadas em 07 de Outubro de 2023 por 90 presos palestinianos, maioritariamente mulheres e crianças. Uma nova troca de reféns israelitas (4) por detidos palestinianos está programada para o próximo sábado, 25 de Janeiro.
Um dado que a imprensa pouco revela é o número de palestinianos detidos, assim como pouco atenção televisiva deu à libertação das presas palestinianas. Em Janeiro de 2025, de acordo com dados fornecidos pelo Serviço Prisional de Israel (IPS) à Hamoked (organização de direitos humanos sediada em Israel), havia 10.221 palestinos sob custódia israelita, incluindo 2.025 prisioneiros condenados, 2.934 detidos em prisão preventiva, 3.376 detidos administrativos mantidos sem julgamento e 1.886 pessoas mantidas como "combatentes ilegais". Esses números não incluiam palestinianos de Gaza que detidos pelos militares israelitass desde 7 de Outubro de 2023.
Um dado impossível de revelar com exactidão continua a ser o número de palestinianos vítimas de desaparecimento forçado.
O regresso aos escombros da casa
Com o acordo de cessar-fogo provisório muita da população de Gaza empreendeu o regresso às suas terras e povoações de origem, onde procuram criar abrigos improvisados no meio dos escombros, já que são raros os edifícios que foram poupados a 15 meses de bombardeamento intenso por parte da aviação e das forças terrestres e navais israelitas. As agências humanitárias presentes no território relatam uma falta crítica de acesso à água, com todos os poços destruídos, e o risco de munições não detonadas. A ONU e osseus parceiros humanitários estão se mobilizando para fornecer alimentos e suporte de abrigo de emergência.
De acordo com dados da ONU e de seus parceiros trabalhando na resposta de abrigo, mais de 90 por cento das unidades habitacionais em Gaza foram danificadas ou destruídas nos últimos 15 meses. Noventa por cento da população actual de Gaza de 2,1 milhões de pessoas foi deslocada, sem acesso a abrigo suficiente, comida, serviços médicos vitais, água limpa, educação e meios de subsistência.
Fonte de preocupação na região não é só o que se passa em Gaza mas a intensificação da violência na Cisjordânia ou West Bank, onde colonos israelitas extremistas procuram ampliar colonatos ilegais com o assentimento das forças armadas e de segurança do seu país. As fotos da destruição que nos chegam dos territórios palestinianos falam por si.