
Formação em contexto real de obra chega ao sector da construção
O Segmento Urbano e a Zenith Devotion lançaram a primeira parceria nacional dedicada à formação de trabalhadores da construção directamente em contexto real de obra, numa resposta à falta crónica de mão de obra qualificada e à elevada rotatividade no sector.
Segundo dados apresentados pelas empresas, apenas 20% dos novos profissionais alcança autonomia nos primeiros três meses e as empresas perdem, em média, 15% do investimento em recrutamento devido a substituições rápidas. Para enfrentar este cenário, o Segmento Urbano criou o BuildLab™ Gateway, um modelo de formação prática que integra os trabalhadores em obra desde o primeiro dia, acompanhados por equipas técnicas especializadas.
A Zenith Devotion, empresa de trabalho temporário, é a primeira a adoptar este modelo. Os primeiros grupos de formandos já estão no terreno: quatro trabalhadores em Oeiras e um em Paços de Ferreira, com novas integrações previstas. Até ao final do ano, poderão ser formados mais 6 a 10 profissionais, com expansão nacional em 2026.
Para 2026, o Segmento Urbano prevê formar entre 100 e 150 trabalhadores, alargar a formação a áreas como electricidade, canalizações e acabamentos e celebrar novas parcerias com outras empresas do sector. O BuildLab™ Gateway complementa o BuildLab™, programa prático da empresa que inclui iniciação ao BIM — tecnologia que será obrigatória em projectos públicos a partir de 2030.
4 etapas
O modelo funciona em quatro etapas: a Zenith recruta os candidatos; o Segmento Urbano integra-os em obra para aprendizagem contínua; após atingirem autonomia, regressam à Zenith para colocação em novos projectos; e as construtoras recebem trabalhadores preparados, produtivos e enquadrados nas regras de segurança.
Renato Silva, director técnico da Zenith Devotion, sublinha que a parceria “quebra um ciclo em que encarregados pedem substituição dos novos trabalhadores poucas horas depois”. Já Maria João Correia, fundadora do Segmento Urbano, defende que “não falta mão de obra em Portugal — falta formação competente e em obra real”.













