Exposição em Nova Iorque mostra práticas ambientais na arquitectura portuguesa
Uma exposição sobre práticas ambientais emergentes na arquitectura portuguesa, com curadoria de Pedro Gadanho, vai estar patente no Centro de Arquitectura de Nova Iorque, nos Estados Unidos, a partir do próximo dia 02 de Outubro, foi hoje anunciado.
A inauguração da mostra coincide com a abertura da 13.ª edição da Archtober, festival de arquitectura que decorre no mês de Outubro em toda a cidade de Nova Iorque, organizada por aquela instituição americana, divulgou a organização em comunicado.
Intitulada “Generation Proxima: Emerging Environmental Practices in Portuguese Architecture” (“Geração Proxima: Práticas Ambientais Emergentes na Arquitectura Portuguesa”), a exposição oferece uma visão das práticas arquitectónicas emergentes em Portugal orientadas para o ambiente, destacando sete ateliers cujos trabalhos respondem a desafios ambientais, tendo sempre em conta a ideia de comunidade, o compromisso social e a escassez de recursos.
Os sete ateliers envolvidos no projecto expositivo são Artéria, Coletivo Warehouse, Gorvell, Nuno Pimenta, Oficina de Arquitectura Pedrez, OODA e Ponto Atelier.
Segundo os organizadores, a exposição baseia-se no livro recentemente publicado por Pedro Gadanho, “Climax Change! How Architecture Must Transform in the Age of Ecological Emergency”, que discute o impacto que a actual emergência ambiental terá na prática da arquitectura.
Nas últimas décadas, a cena arquitectónica portuguesa tem vindo a ganhar cada vez mais relevo internacionalmente, em grande parte graças ao trabalho amplamente conhecido do arquitecto Álvaro Siza, assinalam.
Para esta mostra, Pedro Gadanho, antigo curador de arquitectura do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), optou por destacar o trabalho de práticas emergentes que oferecem “formas contextuais de artesanato e inovação de ‘design’ face à emergência climática, e cujo trabalho traz uma atenção renovada à natureza e à biodiversidade”.
Ateliers como a Artéria, o Colectivo Warehouse e Nuno Pimenta estão a aplicar escassos recursos em propostas ambientalmente conscientes, enquanto outros, como a Gorvell e a Oficina Pedrez, estão a fazer avançar a investigação ecológica no domínio da construção.
O curador português posiciona a “Generation Próxima” como um apelo global à acção, para que os arquitectos respondam aos desafios colocados pela actual emergência climática.
Mudar práticas... por amor ao ambiente
No entanto, com uma selecção artística de trabalhos emergentes, reconhece que a mudança começa à escala mais pequena de cada prática arquitectónica individual, que aponta para a mudança ambiental necessária, quer explorando novos materiais ecológicos, revendo métodos de construção, utilizando menos recursos e abordando a justiça climática, quer reintroduzindo a natureza como princípio orientador.
“Estou muito entusiasmado por um dos poucos espaços de exposição dedicados à arquitectura contemporânea em Nova Iorque estar a olhar para a urgência com que temos de mudar as nossas práticas diárias face à emergência climática em curso”, diz o curador Pedro Gadanho, citado no comunicado.
“‘Generation Próxima’ centra-se no potencial de uma 'viragem ambiental' no contexto da arquitectura portuguesa mundialmente reconhecida, mas deve ser vista essencialmente como uma apresentação de exemplos globais de como quaisquer 'formas de fazer' arquitetura, existentes e específicas de cada local, podem ser melhoradas, virando-as para objectivos de descarbonização, equilíbrio ecológico, aumento da biodiversidade e menor utilização de recursos”, acrescenta.
“Generation Próxima” contará ainda com uma instalação de cortiça, fornecida pela Corticeira Amorim, que será construída para formar bases de modelos, estruturas da exposição e cobrir partes do chão em algumas galerias.
A exposição, que resulta de uma cooperação internacional entre o Ministério da Cultura, através da Direcção-Geral das Artes, com o Centro de Arquitectura de Nova Iorque, vai estar patente até ao dia 23 de Março de 2024.
Arquitecto, curador e autor, Pedro Gadanho foi curador de arquitectura contemporânea no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), entre 2015 e 2019, foi o director fundador do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, e em 2020 foi Loeb Fellow da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Lusa/DI