Catálogo do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha vai ser lançado este mês
No seguimento do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha, o catálogo da 1ª edição será lançado no dia 14 de Outubro, na obra premiada, o ISMAI - Estádio (Universidade da Maia).
Seguir-se-á uma visita acompanhada ao estádio pelos seus autores, arquitetos Luís Pinheiro Loureiro e José Manuel Loureiro, e pelos donos da obra.
O catálogo regista todas as obras a concurso, evidenciando as distinguidas com a Menção Honrosa, SISMA – Unidade Industrial da Maia (2019) e com o Prémio, ISMAI – Estádio (2017), com fidelidade e rigor inerentes à disciplina da arquitectura. As fotografias são da autoria de Marta Ferreira, discípula do reconhecido fotógrafo, Luís Ferreira Alves, (1938-2022), que mantém os princípios e qualidade técnica e artística. Tem edição bilingue, em português e inglês, abrangendo o público internacional, cuja dimensão se pretende para o Prémio.
O ISMAI – Estádio é constituído pela obra do campo de futebol, pista de atletismo, courts de ténis e estruturas complementares “requalificou a relação entre os edifícios do campus e entre estes e a paisagem incluindo o estádio e o horizonte marcado pela linha de metro através da sensibilidade à topografia”, como refere o júri em ata. Acrescenta ainda que “demonstra um domínio exemplar da proporção e racionalidade da distribuição do programa”, apresenta uma “economia dos meios expressivos e reduzida paleta de materiais”, satisfazendo “as três necessidades elementares do abrigo humano – protecção da chuva, sombreamento e ventilação – em encerramento mínimo sem recorrer a meios activos de tratamento do ar”.
Os autores, José Carlos Loureiro (1925-2022), José Manuel Loureiro (1951) e Luís Pinheiro Loureiro (1984) são uma família de três gerações de arquitetos, todos formados na que é hoje Faculdade de Arquitetura do Porto, e Escola Superior de Belas Artes do Porto na altura em que estudavam os dois mais velhos. As duas gerações mais novas dão continuidade ao GALP — Gabinete de Arquitectura Loureiro Pádua. O construtor foi a LUCIOS Engenharia e Construção e o dono da obra, entusiasta do seu património, é Maiêutica – Cooperativa de Ensino Superior – C.R.L..
A SISMA – Unidade Industrial da Maia localiza-se numa zona industrial não consolidada, tendo o júri entendido que funciona como exemplo para as unidades que venham ali a instalar-se posteriormente. O júri enalteceu ainda, em ata, que a obra apresenta “uma distribuição do programa adequada e muito clara: nave com espaço de produção e corpo de administração e serviços comuns ambos voltados à rua”, apresentando “uma grande preocupação com a humanização de todos os espaços (…) através de soluções atractivas para todos os tipos de actividades”. Acrescenta que constitui “um exemplo de economia e sustentabilidade” pela “sua implantação, orientação solar, composição programática e integrados sistemas de recolha e tratamento de águas e produção própria de energia”.
A empresa de arquitectura e engenharia Multiprojectus, responsável pelo projeto, sedeada em Santo Tirso e liderada por Sandra Garcia desde 2010, tem desenvolvido projectos sobretudo na área industrial. A construção da SISMA ficou a cargo de Garcia, Garcia SA. O proprietário Sá Couto & Monteiro, S. A. aprecia e valoriza a arquitectura.
Organizado pela APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, com o apoio da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Norte, o Prémio, não pecuniário, de iniciativa autárquica e com periodicidade bienal, destina-se à valorização, reconhecimento e promoção de Edificações e Espaços Públicos, localizados no Município da Maia, que se destaquem não só pela sua qualidade arquitectónica e urbanística, mas sobretudo pela sua função social, cultural e inserção urbana, sendo dado por isso relevância ao período pós-construção e à capacidade de resposta demonstrada pela obra ao propósito que presidiu à encomenda.
A Câmara Municipal da Maia atribuiu o nome do arquitecto João Álvaro Rocha (1959 - 2014) ao Prémio Municipal de Arquitectura como reconhecimento do seu trabalho em prol da qualidade da arquitectura e do urbanismo, uma parte significativa realizada no concelho da Maia, e com o objectivo da integridade e autenticidade da sua obra servir como referência ao Prémio.