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Empresas de Finanças e Imobiliário pretendem aumentar as suas equipas no próximo trimestre

15 de março de 2023

 Embora 50% dos empregadores esperem manter, no próximo trimestre, o seu atual número de colaboradores, 32% pretendem recrutar, face a 16% que anteveem reduzir as suas equipas. Os dados são do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, que revela uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +16% para o segundo trimestre de 2023, um valor já ajustado sazonalmente e que reflete uma  subida de 4 pontos percentuais face aos primeiros três meses do ano. No entanto, esta Projeção traduz ainda uma descida considerável de 13 pontos percentuais, quando comparada com o período homólogo de 2022, quando Portugal começava a sair do contexto da crise pandémica. Estes valores posicionam Portugal abaixo da média Global e da região da EMEA (Europa, Médio Oriente e África), com apenas oito países deste território a terem perspectivas de contratação mais pessimistas, entre os quais, Espanha, Grécia e Hungria.
"O ano de 2023 arrancou com uma previsão económica menos optimista, impulsionada pela subida acentuada da inflação e o aumento das taxas de juro, que provocaram, entre outros aspetos, a redução do poder de compra e da capacidade de investimento das empresas. Apesar desta perspetiva desfavorável, os primeiros meses do ano permitiram à economia, nomeadamente a nacional, manter-se mais estável do que o esperado: a crise energética na Europa não se concretizou com a intensidade prevista e a inflação, apesar de elevada, parece tender a estabilizar. Esta conjuntura traz agora alguma esperança aos empregadores, que entram no segundo trimestre de 2023 com um maior optimismo nas intenções de contratação.", explica Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal.
Os setores de Serviços de Comunicação, Tecnologias da Informação e Energia e Utilities apresentam as previsões de contratação mais optimistas, mas é o de Bens e Serviços de Consumo o que mais cresce
Os empregadores dos nove sectores analisados em Portugal esperam aumentar as suas equipas no segundo trimestre do ano, e cinco destes registam sinais de maior dinamismo nas intenções de contratação, face aos primeiros meses de 2023. Por outro lado, oito dos setores reduzem as suas Projeções face ao período homólogo de 2022.
Os Serviços de Comunicação, que incluem telecomunicações e media, apresentam as perspectivas mais robustas, com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +35%, um valor que se destaca de forma significativa da média nacional e que traduz uma subida considerável de 17 pontos percentuais face ao trimestre anterior.
Entre os setores com a Projeção mais robusta surge também o das Tecnologias da Informação com +32%, o que representa uma subida de 4 pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior, e uma descida semelhante face ao mesmo trimestre de 2022.
Também o sector de Energia e Utilities avança com uma Projeção saudável de +29%, mas que, na comparação com o trimestre passado, traduz uma diminuição de 14 pontos percentuais. Segue-se o setor de Bens e Serviços de Consumo, que contempla as atividades de Retalho, Distribuição, Hotelaria e Indústria de Bens de Consumo, e que apresenta uma Projeção de +16%, sendo o sector que mais cresce face aos primeiros meses do ano, com uma subida de 24 pontos percentuais. Já relativamente ao mesmo período de análise de 2022, a Projeção abranda 23 pontos percentuais.
Também o setor da Indústria Pesada e Materiais, que abrange os subsetores da Agricultura e Construção, apresenta uma Projeção favorável de +15%, mantendo-se estável face ao trimestre passado, com uma evolução de 2 pontos percentuais, mas um abrandamento considerável de 15 pontos percentuais face ao período homólogo de 2022. O mesmo comportamento é verificado no setor dos Transportes, Logística e Automoção, que situa a sua Projeção nos +14%, valor que se mantem estável face ao trimestre passado (mais 1 ponto percentual).
O setor das Finanças e Imobiliário avança igualmente com previsões otimistas para este segundo trimestre, com a Projeção a fixar-se nos +7%, mas com uma queda de 11 e 18 pontos percentuais face ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado, respetivamente. Por fim, a área da Saúde e Ciências da Vida apresenta a Projeção mais conservadora, +3%, traduzindo uma ligeira descida de 3 pontos percentuais face ao primeiro trimestre do ano e de 19 pontos percentuais, se comparada com o mesmo período de 2022.
Projeção mais forte no Grande Porto e mais moderada na Região Centro
Todas as regiões de Portugal apresentam previsões favoráveis quanto à evolução das contratações, no segundo trimestre de 2023, e apenas uma – a região centro - evolui negativamente face aos primeiros meses do ano. No entanto, quando comparadas com o período homólogo de 2022, há um abrandamento nas perspetivas de todas as regiões.
É, novamente, o Grande Porto que apresenta a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais sólida, com um valor de +29%, o que equivale a uma subida de 6 pontos percentuais face ao primeiro trimestre do presente ano e uma descida no mesmo valor em relação ao período homólogo de 2022.
Seguem-se depois a Grande Lisboa e a Região Sul, ambas com uma Projeção de +16%. Este valor revela um maior optimismo face ao trimestre passado, com as previsões de contratação a crescerem 8 e 4 pontos percentuais, respetivamente, face ao início do ano.
A Região Norte apresenta uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego respeitável de +13%, o que equivale a uma evolução positiva de 4 pontos percentuais face ao último trimestre e um decréscimo de 6 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Com a Projeção mais modesta surge a Região Centro, com +4% e que revela uma descida tanto face aos meses anteriores como ao mesmo trimestre do ano passado, com um abrandamento em 17 e 32 pontos percentuais, respetivamente.  
Maiores intenções de contratação nas Micro e Pequenas empresas
As quatro categorias de empresas, independentemente da sua dimensão, preveem aumentar as suas equipas no segundo trimestre de 2023, bem como assumem uma evolução positiva face aos primeiros meses do presente ano. Por outro lado, apenas um tipo evolui positivamente face ao período homólogo do ano passado.
São as Microempresas as que avançam com a perspectiva mais dinâmica, com uma Projeção de +25%, o que traduz uma evolução considerável de 11 pontos percentuais, tanto comparativamente com o último trimestre como com o mesmo período do ano passado.
Seguem-se as empresas de Pequena Dimensão, com uma forte Projeção de +20%, e uma subida de 9 pontos percentuais face ao início do presente ano.
Por fim, as Grande Empresas e as Médias Empresas apresentam Projeções favoráveis de +13% e +11%, respetivamente. No caso destas duas categorias, estes valores traduzem uma estabilidade face ao trimestre passado, ao crescerem apenas 1 ponto percentual. Por outro lado, se comparada com o período homólogo de 2022, a Projeção mostra um decréscimo considerável de 19 pontos percentuais nas Grandes Empresas e de 17 pontos percentuais nas Médias Empresas.
As intenções de contratação a nível global estabilizam e todos os países e territórios têm Projeções positivas
A Projeção para a Criação Líquida de Emprego a nível global mantém-se estável, com um valor de +23%, o mesmo do trimestre anterior. No entanto, e seguindo a tendência registada em Portugal, a Projeção desce 6 pontos percentuais se comparada com o mesmo período do ano passado.
Todos os 41 países e territórios inquiridos apresentam perspectivas de contratação positivas, mas 15 revelam um abrandamento face ao trimestre anterior e 20 face ao mesmo período do ano passado.
Na Região EMEA, onde se situa Portugal, os Países Baixos, a Noruega e a Suíça revelam as intenções mais animadoras, todos com +31%. Portugal ocupa o décimo quinto lugar da tabela, apenas 2 pontos percentuais abaixo da média da Região. No que respeita à média Global, posiciona-se 7 pontos percentuais abaixo.
A nível mundial, a Hungria avança com a Projeção mais moderada, de +2%, seguida pela Grécia, com +7%, e pela Polónia, que se situa nos +8%.