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Habitação by century 21

 

Coimbra arranca com Bairro de habitação municipal com 268 casas

18 de outubro de 2024

O futuro bairro de habitação municipal da Quinta das Bicas, em Taveiro, freguesia de Coimbra, será composto por 28 blocos com três andares, num projecto que o município diz ser uma “obra emblemática” e de “qualidade”.

O projecto, que contempla a construção de 268 fogos de habitação, é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e representa um investimento de cerca de 36 milhões de euros num loteamento em Taveiro, zona periurbana de Coimbra, tendo sido ontem lançado o início da empreitada.

O futuro bairro terá 76 T1, 110 T2, 42 T3, 40 T4 e seis moradias (T4) geminadas, num projecto em que cada bloco terá três andares (incluindo rés-do-chão) e cave para estacionamento de viaturas, numa empreitada que recorre a estruturas pré-fabricadas de betão armado para assegurar uma execução mais rápida, de acordo com o projecto apresentado.



Além de espaços verdes e de parque infantil, o bairro conta ainda com dois lotes que poderão ser destinados a equipamentos de apoio social “de maior proximidade, associações ou parques desportivos”, que ainda serão definidos pelo município e que estão fora desta empreitada, aclarou a vereadora do pelouro Ana Cortez Vaz, referindo que o objectivo é assegurar que esses mesmos equipamentos também estejam prontos aquando do fim da empreitada (estimado para Abril de 2026).

Com a construção destes novos fogos, a Câmara de Coimbra passará a contar com cerca de 1.400 fogos de habitação municipal, não incluindo nestas contas a oferta no âmbito do programa de arrendamento acessível, também financiado pelo PRR, referiu a autarca.

“Hoje, é um dia feliz”, vincou a vereadora.

A sombra da  “guetização”

O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva (PSD), sublinhou que a oferta pública “nunca será suficiente” e o município terá de “continuar a investir”, acreditando que o problema da habitação não é resolvido “metendo dinheiro pelo lado do consumidor”, mas assegurando um aumento da oferta disponível.

Questionado pela agência Lusa sobre as críticas ao projecto por ser um bairro construído longe da cidade e que poderia promover uma “guetização” ao concentrar uma parte da habitação social num único lugar, o presidente da Câmara de Coimbra classificou a pergunta de “coimbrinha”, por se considerar que tudo o que esteja a menos de um quilómetro da cidade está longe.

“Não está longe da cidade. É preciso é ter transportes públicos adequados”, vincou.

Já sobre a “guetização”, o autarca também rejeitou essa ideia, vincando que era importante “aproveitar uma oportunidade única de beneficiar o PRR numa escala de média dimensão que, de outra forma, não seria possível”.

“Este era um loteamento dirigido para a classe média. Não consigo perceber que a questão da guetização possa estar acima da resposta a 268 famílias. Podemos teorizar acerca do ideal, mas depois nunca se faz nada. E essa é uma mentalidade negativa para a cidade”, apontou, considerando que falar-se de um risco de guetização naquele espaço “é redutor” e um recurso de “pseudo-intelectuais que nunca construíram um fogo de habitação social”. Afirmações controversas do autarca que, provavelmente, correm o risco de vir a ser contrariadas num futuro muito próximo.

Lusa/DI