
Câmara de Lisboa investe 639 mil euros em projecto para a Almirante Reis — obra continua adiada
A Câmara Municipal de Lisboa aprovou esta semana um investimento de 639,6 mil euros para a elaboração e coordenação do projecto de requalificação da Avenida Almirante Reis, num processo que será faseado entre 2026 e 2028. A proposta, subscrita pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (Independente), foi votada favoravelmente pela maioria PSD/CDS-PP e pelo PS, com votos contra do BE e abstenção de Cidadãos por Lisboa, PCP e Livre.
A empreitada incide no troço entre o Martim Moniz e a Praça do Chile e representa a continuidade do chamado Projecto Integrado de Requalificação do Eixo Almirante Reis, apresentado em Novembro de 2023. Na altura, o presidente da Câmara, Carlos Moedas (PSD), sublinhou tratar-se de um plano estruturante da cidade, não limitado a um mandato ou ciclo político.
Entre as medidas previstas estão a plantação de 370 árvores, 275 novos lugares de estacionamento, o desaparecimento do separador central e o reposicionamento da ciclovia para as vias laterais. A avenida será dividida em dois troços: entre Martim Moniz e Alameda, passará a ter três faixas (uma descendente, duas ascendentes, incluindo uma BUS); entre a Alameda e o Areeiro, contará com quatro vias, duas exclusivas para transporte público.
O lançamento de um concurso público internacional para a aquisição dos serviços técnicos marca o início formal da operação, que só deverá avançar no terreno depois de 2028. A fase agora aprovada surge quase quatro anos após a vitória de Carlos Moedas nas autárquicas de Setembro de 2021. Desde então, o processo foi marcado por recuos políticos, debates sobre a ciclovia e um programa de participação pública iniciado em Abril de 2023.
A proposta será ainda submetida à Assembleia Municipal. Enquanto isso, a proximidade das próximas eleições autárquicas imprime nova urgência política à concretização de um projecto há muito reivindicado e que continua (ainda) longe de sair do papel: segundo o calendário proposto, a obra apenas decorrerá em 2027 e 2028, caso não haja atrasos, decorrentes até da mudança de executivo camarário.
DI c/ Lusa