Arrendamento em Portugal: Preços subiram, mas aumento está a perder força
Pela primeira vez em seis trimestres, o Internacional Rental Index da HousingAnywhere, plataforma de arrendamento de habitação na Europa, revela que o aumento dos preços de arrendamento de trimestre para trimestre está a perder força.
Simultaneamente, o crescimento de ano a ano também está a abrandar ligeiramente. O presente Rent Index analisa mais de 52.000 propriedades de arrendamento, incluindo apartamentos T1, quartos e estúdios, maioritariamente direcionados a jovens profissionais e estudantes em mobilidade internacional, durante o Q1 de 2023. Os dados mostram uma média de 12% no aumento de preço das rendas de ano a ano em todas as propriedades, nas 24 cidades europeias analisadas. O aumento de ano a ano decresceu assim 2,4 pontos percentuais, comparando com o aumento de 14% verificado no trimestre anterior.
"Mesmo antes da pandemia, os preços de arrendamento estavam demasiado altos para muitas pessoas viverem como querem e onde querem", afirma Djordy Seelmann, CEO da Housing Anywhere. "O abrandamento atual no aumento dos valores de arrendamento indica um regresso ao estado pré-pandemia, marcado por um desequilíbrio significativo de procura e oferta. Para combater a crise europeia no mercado do arrendamento, os governos devem abordar a escassez estrutural com uma mistura equilibrada de incentivos e restrições. É a altura de agirem e melhorarem a disponibilidade de habitação, acessibilidade e preços".
Quando consideramos as mudanças de ano a ano, uma média de crescimento de 12% dos valores de arrendamento em todos os tipos de propriedade ainda indica preços muito mais elevados que os registados há um ano atrás. Mais especificamente, o valor de arrendamento dos estúdios aumentou 17%, os quartos aumentaram 11% e os apartamentos 8%.
No entanto, estes aumentos anuais estão consideravelmente mais baixos que a média de 14% de aumento ano após ano do trimestre anterior. Analisando as diferenças de trimestre para trimestre, os preços dos diferentes tipos de propriedades permanecem iguais (os quartos registaram uma variação média de 0%) ou aumentaram ligeiramente (a renda do apartamento aumentou em 2% e a dos estúdios em 5%).
Contudo, a época alta do ano ainda está por vir. Perante o início da mesma para o turismo, a oferta de habitação para arrendamento residencial está em risco de ser ainda mais reduzida neste período, uma vez que alguns proprietários podem mudar as suas propriedades de arrendamentos médio e a longo prazo para alojamentos a curto prazo para fins turísticos. Com o novo ano académico a começar no outono e os estudantes e jovens profissionais à procura de um lugar para ficar, um desequilíbrio ainda maior entre a oferta e a procura pode manter a subida dos preços nos meses vindouros.