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Imagem de beate bachmann do Pixabay

Apoio ao sector imobiliário da China "aliviará pressões a curto prazo" - diz Moody’s

22 de maio de 2024

As últimas medidas anunciadas pelas autoridades chinesas para reanimar o sector imobiliário devem "aliviar alguma pressão a curto prazo" para as construtoras e bancos, segundo um relatório publicado hoje pela agência de notação financeira Moody's.

A Moody’s considerou que as iniciativas "vão estimular a procura de imóveis e reduzir o número de imóveis disponíveis, ajudando a estabilizar o mercado" no país asiático, que está mergulhado numa prolongada crise imobiliária, algo que pesou na recuperação económica.

"Esperamos que as mais recentes medidas de apoio ajudem a aliviar algumas pressões de curto prazo no mercado imobiliário, ao mesmo tempo que ajudam a suavizar a desalavancagem do sector e a reduzir os riscos sistémicos", disse Kelly Chen, analista da agência de 'rating'.

As autoridades chinesas anunciaram na sexta-feira cerca de 42,25 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros) em empréstimos para projectos de habitação subsidiada ou a redução das entradas exigidas para a compra de casas, enquanto instaram as administrações locais a comprar aos promotores imobiliários terrenos não urbanizados ou imóveis não vendidos.

A Moody's considerou que a flexibilização das hipotecas "não deve conduzir a uma melhoria acentuada e prolongada" das vendas de casas novas, tendo em conta as perspectivas de crescimento modestas e o aumento da oferta no mercado de imóveis usados.


Vendas comerciais continuam a cair

A agência também prevê uma melhoria da qualidade dos activos dos bancos à medida que o mercado estabiliza, embora alerte para o aumento das responsabilidades contingentes das autoridades locais se estas emitirem dívida para comprar o inventário não vendido aos promotores imobiliários.

A Moody's considerou que a escala da proposta parece ser insuficiente para reduzir o inventário existente.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em Agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que acumularam um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares (304 mil milhões de euros).

O governo anunciou entretanto várias medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem também linhas de crédito multimilionárias a vários promotores, visando apoiar a conclusão de projectos vendidos na planta.

Uma questão que preocupa Pequim pelas suas implicações na estabilidade social, já que a habitação é um dos principais veículos de investimento das poupanças das famílias chinesas.

No entanto, o mercado não está a reagir: as vendas comerciais medidas por área útil caíram 24,3% em 2022 e mais 8,5% em 2023.

Lusa/DI