Viseu, Leiria e Braga: as cidades portuguesas com mais qualidade de vida - inquérito DECO
A opinião resulta de um inquérito feito pela DECO/Proteste a quase 3500 portugueses. No TOP12 das Cidades com Melhor Qualidade de Vida, Porto, Lisboa e Évora aparecem na cauda do ranking!
Habitação, custo de vida e emprego e mercado de trabalho são as áreas que originam habitantes mais insatisfeitos. Uma opinião é unânime: a pandemia veio piorar a qualidade de vida nas 12 cidades analisadas, no entanto, Leiria foi o município com melhor desempenho durante a crise do novo coronavírus.
O inquérito foi realizado aos habitantes das 12 capitais de distrito com mais população: Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu. No total, os resultados são baseados em 3487 respostas válidas, que espelham as opiniões e as experiências dos inquiridos.
O questionário teve por base 10 temas: habitação, educação, custo de vida, segurança e criminalidade, limpeza e gestão de resíduos, meio ambiente, emprego e mercado de trabalho, Saúde, Mobilidade, cultura e desporto e lazer.
“Entre os quase 3500 portugueses que responderam ao nosso inquérito sobre a qualidade de vida nas cidades, os habitantes de Viseu, Leiria e Braga são os que se encontram, em geral, mais satisfeitos com o local onde vivem. Já quem está em Évora, Lisboa, Porto e Setúbal encontra mais razões que desagradam nos respectivos centros urbanos” - revela o estudo da DECO.
Das dez vertentes avaliadas, o custo de vida, a segurança e criminalidade e a limpeza e gestão de resíduos são as que têm maior impacto na qualidade de vida nas cidades. Viseu encontra-se acima da média nestes três critérios. Mas já em Julho de 2012, altura em que a DECO realizou o seu último estudo sobre a qualidade de vida nas cidades, Viseu tinha já o índice mais elevado.
Mercado da habitação desagrada
No inquérito, relativamente ao mercado da habitação, foi pedido aos inquiridos que avaliassem a oferta de casas e os respectivos preços, e o resultante é desapontante. Das dez áreas esta é aquele com uma apreciação média mais baixa: 5,1 em 10 pontos. Nas três cidades com um índice mais baixo nesta área, mais de 60% dos inquiridos revelaram-se insatisfeitos com o mercado da habitação. O custo de vida (5,5) e o emprego e mercado de trabalho (5,6) são outras áreas com uma apreciação média baixa.
Em relação ao emprego e mercado de trabalho, cerca de 60% ou mais dos inquiridos de todas as cidades referiram que piorou. Quanto ao custo de vida, só em Évora, Setúbal e Porto, mais de metade dos habitantes indicaram que a situação estava pior do que antes da crise do coronavírus.
Um dado importante é o facto da generalidade dos inquiridos considerarem as suas cidades seguras e os habitantes estarem satisfeitos com a educação. Nstas duas áreas foi atingido o índice de satisfação médio mais elevado: 7 pontos em 10 possíveis. Contudo, mais de um terço dos inquiridos de Braga consideram que a segurança diminuiu com a pandemia. Quanto à educação, perto de um terço dos habitantes de Évora e quase um quarto dos de Lisboa defendem que também piorou com a covid-19.
Pandemia reduz qualidade de vida
Os quase 3500 inquiridos foram unânimes em afirmar que a crise do coronavírus diminuiu a qualidade de vida em todas as cidades. Enquanto nos anos anteriores se tinha mantido relativamente estável, só com algumas subidas e descidas ligeiras em certos centros urbanos, o final de 2020 veio piorar o cenário.