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Teatro D. Maria II vai fechar para obras em 2023

 

Teatro D. Maria II vai fechar para obras em 2023

 

Teatro D. Maria II vai fechar para obras em 2023

 

Teatro D. Maria II vai fechar para obras em 2023

 

Teatro D. Maria II vai fechar para obras em 2023

14 de dezembro de 2021

O Teatro Nacional D. Maria II vai ser alvo de obras de recuperação num valor estimado de 9,8 milhões de euros, ao longo do ano de 2023, período durante o qual a programação vai percorrer todo o país.

As obras no histórico edifício situado no Rossio, em Lisboa, realizam-se no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do investimento destinado à valorização, salvaguarda e dinamização do património cultural.

De acordo com a presidente do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), Cláudia Belchior, durante o próximo ano será lançado o concurso público e o teatro será esvaziado, para iniciar as obras em 2023. A previsão é que o teatro reabra no início de 2024.

Durante o encerramento do TNDM, os espetáculos serão articulados com a Direção Geral das Artes e a recém-criada Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.

As obras estruturais previstas para o edifício vão “mudar o paradigma dentro da instituição”, considerou Cláudia Belchior, destacando tratar-se de uma “obra muito ambiciosa”, que não se faz desde que o teatro reabriu em 1978 – depois de 14 anos de reconstrução, na sequência do incêndio que em 1964 destruiu todo o seu interior – e que não se voltará a fazer tão cedo.

O projeto está a cargo do arquitecto Francisco Pólvora, da BJF Arquitectos, gabinete de arquitectura responsável pelo desenho e desenvolvimento do projecto, que está há dois anos a trabalhar com uma vasta equipa de mais de 15 especialidades.

De acordo com Francisco Pólvora, o projecto de reconstrução manterá os traços originais, mas com grandes inovações, que passam por centralizar num único espaço vários serviços dispersos pelo teatro.

Esta área é a antiga sala de cenografia, localizada por cima da sala principal, a sala Garrett, que, devido ao elevado pé direito, terá uma mezzanine (com escadas laterais de acesso), onde vão estar quase todas as estruturas do teatro, e um jardim de inverno.

 

Recuperação da fachada

“A nossa preocupação foi tirar partido do pé direito e da estrutura elegante”, mantendo essa espacialidade, e a “oportunidade de criar um jardim de inverno, que estabeleça uma interface entre o interior e o exterior”.

Será, então, criada uma zona de trabalho à volta do novo jardim de inverno, que será forrado a pedra lioz, “como se a fachada do edifício entrasse no jardim”, explicou.

A zona da sala de costura vai ser completamente aberta e terá lanternins, que farão a iluminação e ventilação do espaço, sendo visíveis do exterior, a partir do largo da Igreja de São Domingos.

A abertura de janelas é, de resto, uma das apostas deste projecto que pretende trazer ao teatro não só mais luz natural e ventilação, como transparência.

Essa intenção está patente, por exemplo, na ideia de transformar as “zonas de arrumação” de adereços e figurinos, existentes nos caminhos de acesso à antiga sala de cenografia, em “vitrinas expositórias”, para serem visíveis por quem passa pelo teatro.

Além do sistema de iluminação cénica e de som, vão também ser intervencionados os sistemas de climatização, nomeadamente para melhor conservar o espólio guardado no arquivo e na biblioteca.

Um protocolo assinado com a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa permitiu fazer um rastreamento a laser e um levantamento cromático da sala e de outros espaços do teatro, com o objetivo de valorizar os elementos decorativos, designadamente na Sala Garrett.

Francisco Pólvora destacou ainda a recuperação que será feita da fachada do edifício e uma nova intervenção na iluminação com vista a uma maior eficiência energética.

Presente na conferência de imprensa, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, lembrou o passado recente de “dificuldades” que se refletem ainda na actualidade, sublinhando a importância de “assumir este tempo como de mudança positiva”.

Segundo a governante, “o Plano de Resolução e Resiliência é o maior estímulo para a cultura e um pilar fundamental” para o desenvolvimento do país.

As verbas serão aplicadas na promoção da transição digital e da digitalização, assim como na salvaguarda e dinamização do património, estando previstas, neste âmbito, intervenções em 46 museus e monumentos e em outros dois teatros nacionais.

Lusa/DI