Portal da Construção Sustentável lança Minuto Azul
O Portal da Construção Sustentável vai lançar um novo projecto online, trata-se de um podcast intitulado Minuto Azul. A iniciativa do PCS pretende combater a desinformação face à construção sustentável.
O nome deriva da economia azul, uma vez que a economia do mar é uma das principais riquezas do nosso país e é uma das mais cegamente fustigadas pelos resíduos de construção e demolição.
Será um podcast diário que tem como finalidade combater a desinformação no que diz respeito à construção sustentável dos edifícios. O lançamento será a 5 de Junho, data simbólica, uma vez que se assinala o Dia Mundial do Ambiente, o seguinte será emitido dia 7 e os seguintes nos dias úteis de cada mês.
Segundo Aline Guerreiro, CEO do PCS, “a desinformação no sector da construção é uma constante! Cada vez mais se ouve falar de construção sustentável, com princípios completamente errados. Há que ter a consciência de que há materiais utilizados neste setor que, embora possíveis de reciclar, não há mercado que os absorva. O que acontece é que, ou vão parar a aterro, ou ainda mais grave, ao mar, como é o caso dos derivados de petróleo”. Quando o tema da construção sustentável é abordado, é frequente existir uma associação imediata à questão energética, contudo “a construção sustentável vai muito além disso. Há que alertar para o seguinte: quase um terço das emissões de CO2 dos edifícios provém do carbono incorporado nos materiais e no processo de construção”, explica.
De acordo com dados recolhidos em «EU, 2019 - Taking action on the TOTAL impact of the construction sector», a construção civil é responsável por 39% de todas as emissões de carbono no mundo, sendo as emissões operacionais (desde a energia utilizada até ao aquecimento, arrefecimento e ventilação) responsáveis por 28%. Os restantes 11% provêm das emissões de carbono incorporadas, ou carbono "inicial" que está associado a materiais e processos de construção, ao longo de todo o ciclo de vida do edifício. Estas emissões de carbono incorporadas têm sido completamente negligenciadas, e é necessário conseguir cortes drásticos em todas as emissões de carbono durante a próxima década, caso se pretenda manter o aquecimento global em 1,5 ºC (abaixo de 2 ºC) e cumprir os ambiciosos objetivos do Acordo de Paris.