Hotel 1908 Lisboa abre em Janeiro em edifício Prémio Valmor
O Hotel 1908 Lisboa, situado entre a avenida Almirante Reis e o Largo do Intendente, vai abrir portas em Janeiro de 2017. O edifício foi eleito Prémio Valmor no ano de 1908, aquando da sua construção.
Construído com projecto do Arquitecto Arnaldo Redondo Adães Bermudes (1864-1948), um dos expoentes da Arte Nova em Portugal, o edifício estrutura-se “em planta longitudinal que termina num corpo semicircular, coroado por uma cúpula”. As fachadas imponentes traduzem uma “linguagem decorativa Arte Nova nos azulejos e na malha sinuosa do ferro forjado, a que se alia um sabor neo-barroco, patente na cúpula do edifício e nos seus ornatos”.
O projecto de reabilitação é da autoria do atelier Pardal Monteiro Arquitectos e o promotor é uma empresa de cariz familiar, a Villa de Santa Ana - Hotelaria e Turismo. A gestão do futuro hotel de 4 estrelas está a cargo da Amazing Evolution, responsável já pela gestão de 10 hotéis de referência em Portugal. O investimento global ascende aos 6,5 milhões de euros.
Grande esplanada e restaurante de referência
Com uma área total de 2.156m², o projecto de reabilitação interveio na totalidade do seu espaço, com cerca de 401 m2 por piso, num total aproximado de 1700 m2 de área útil.
A nova unidade hoteleira tem 36 quartos. O projecto de reabilitação do edifício — que se encontrava em profundo estado de degradação —, implicou um “diálogo silencioso” com o Arq. Adães Bermudes, “requalificando na globalidade as fachadas e os elementos constituintes do edifício, pretendendo preservar e requalificar a sua imagem e características originais, evitando por isso intervenções muito intrusivas“, tendo sido corrigidas todas as intervenções que abastardaram o imóvel ao longo do anos.
Segundo fontes do promotor confidenciaram ao Diário Imobiliário, para além dos 36 quartos, o hotel disporá de “um restaurante — o “Infame”, pelo qual será responsável o Chef Nuno Bandeira —, um bar e uma grande esplanada voltada para o Largo do Intendente”. O restaurante pretende ser “um dos pontos atractivos e também uma das maiores apostas do hotel, como forma de integração da unidade na vivência do bairro, promovendo a interacção com os lisboetas e os turistas, convidando-os a visitar esta zona renovada da cidade”.
O rés-do-chão e o piso intermédio, anteriormente afectos ao comércio indiscriminado, são agora destinados à recepção do Hotel. Os pisos superiores destinam-se aos 36 quartos.
A forma da cobertura foi mantida, tanto estruturalmente como a inclinação e tipo de telha. A cúpula e restantes elementos em zinco foram integralmente substituídos por iguais, mantendo-se, também aqui, o desenho do projecto inicial.
O projecto só conseguiu arranjar espaço para colocar um elevador, implantado no saguão, utilizando os vãos existentes para os acessos, por forma a não danificar a estrutura do edifício e colocar o mínimo de cargas adicionais.
Segundo nos referiram fontes ligadas ao promotor, a unidade só tem a categoria de 4 estrelas “apenas porque, ao ser um edifício histórico não responde a todas as exigências de uma unidade de 5 estrelas”. “No entanto, asseguraram-nos, o serviço vai corresponder a um 5 estrelas”.
As mesmas fontes adiantaram ainda ao Diário Imobiliário que o novo hotel pretende trazer aos lisboetas uma programação cultural bastante activa, convidando-os a entrar e participar nos projectos que lá irão ter lugar, desde exposições concertos e outras ‘performances’.