Projecto do Quarteirão do Rossio já tem luz verde da Câmara de Lisboa
A recuperação do Quarteirão do Rossio, da antoga pastelaria Suiça e que é desde Fevereiro de 2018, propriedade da empresa JCKL Portugal – Investimentos Imobiliários, foi aprovada hoje por maioria na reunião da Câmara de Lisboa.
A proposta, subscrita pelo vereador responsável pelo pelouro do Urbanismo, Ricardo Veludo (independente, eleito nas listas do PS), foi aprovada em reunião privada do executivo com os votos favoráveis do PS, do PSD e do CDS-PP, a abstenção do BE e o voto contra do PCP.
Tal como o Diário Imobiliário já tinha avançado, este projecto irá finalmente viabilizar que o quarteirão entre as praças do Rossio e da Figueira seja reabilitado e devolvido à sua configuração original, de acordo com o ‘Cartulário Pombalino’. O Cartulário Pombalino’ é a designação da documentação produzida pelo "Gabinete Técnico" da Casa do Risco das Reais Obras Públicas de Lisboa, no âmbito do Programa de Recuperação Urbanística pós-terramoto. Este determina a obrigatoriedade de edificar conforme o estipulado e estabelece as obrigações e os direitos dos construtores.
Segundo o documento entregue na Cãmara Municipal de Lisboa, está prevista "a instalação de quatro unidades comerciais e de uma unidade de serviços", que ocupará a totalidade do piso em sótão, correspondente à mansarda.
De acordo com a arquitecta Francisca Alves, directora do gabinete Contacto Atlântico Arquitectos liderado por André Caiado, que elaborou o projecto, as principais premissas "são reabilitar e preservar todos os espaços icónicos do quarteirão, assumindo uma intervenção contida e fiel ao original com base na imagem em representação no cartulário pombalino", um conjunto de plantas que foi desenhado e desenvolvido como referência para recuperar a cidade de Lisboa após o terramoto de 1755.
Actualmente, todo o quarteirão, onde durante quase um século esteve instalada a antiga pastelaria Suíça, está "num elevado estado de degradação".
O projecto "Quarteirão do Rossio" prevê repor todo o piso térreo, com o desenho e métrica do cartulário pombalino, à excepção da zona das lojas históricas, onde as fachadas serão reabilitadas e mantidas.
Todas as cantarias serão também reabilitadas, tal como os varandins, entre outros elementos, e será feita a substituição integral de toda a caixilharia (no piso térreo em ferro pintado a verde e nos pisos superiores em madeira pintada a branco com um aro verde).
Quanto às antigas lojas, Francisca Alves refere que a Manteigaria União é a que tem "mais elementos de elevado valor arquitetónico e patrimonial que serão todos mantidos, como o mobiliário a e pintura mural do teto".
A Pérola do Rossio, loja de chás e cafés e que é a única que se mantém em actividade, será "na íntegra mantida tanto no interior, como na fachada, assim como o seu comércio e a família arrendatária".
A cobertura dos edifícios será uniformizada, "com uma solução mais próxima da baixa pombalina", e no interior, que está "em muito mau estado", serão recuperados os tectos e pinturas.
Lusa/DI
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