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“Portugália Plaza”: Câmara defende estudos de ensombramento e de impacto visual

28 de maio de 2019

O vereador do Urbanismo na Câmara de Lisboa defendeu hoje que têm de ser feitos estudos de ensombramento e de impacto visual do projecto Portugália Plaza, que prevê a construção de um edifício com 60 metros e 16 andares num quarteirão da Av. Almirante Reis.

Falando na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Manuel Salgado (PS) lembrou que o projecto que está em período de discussão pública até dia 18 de Junho “visa substituir um projecto que estava aprovado e que estava em obra”, defendendo que o actual, que deu entrada na câmara em 2018, “traz mais vitalidade a esta zona da cidade do que o programa anterior”.

No entanto, o autarca salientou que “é possível, como é óbvio, que o projecto que está neste momento em apreciação tenha alterações”, na sequência das críticas e sugestões que estarão presentes no relatório a ser elaborado após a consulta pública.

Na opinião de Manuel Salgado, este “é um quarteirão que pode dar um enorme contributo para a valorização de uma avenida”, realçando que o projecto tem uma “área total de construção de superfície de pavimento inferior em cerca de 1.300 m2” em relação à anterior proposta.

O socialista admitiu que a dimensão do edifício proposto “é evidente que é discutível”, considerando, no entanto, que “vale a pena apreciá-lo”.

 

Construção em altura “permite gerar espaço público”

As questões sobre o futuro empreendimento foram colocadas pelos grupos municipais do PCP, BE e PSD.

O projecto, da autoria da empresa ARX Portugal Arquitectos, prevê a construção de quatro edifícios, um deles com 60 metros e 16 andares, em terrenos devolutos no quarteirão da Portugália, na Avenida Almirante Reis, freguesia de Arroios.

O futuro empreendimento contemplará cerca de 85 apartamentos “destinados a jovens profissionais e famílias de classe média”, 180 unidades de habitação de convivência, escritórios, espaços comerciais, 413 lugares de estacionamento para automóveis e 99 para motas.

Os quatro novos edifícios e a reabilitação dos pré-existentes “conformam duas praças” ajardinadas abertas ao público e onde será possível atravessar a Avenida Almirante Reis e a Rua António António Pedro.

Nos últimos dias têm surgido diversas críticas ao projecto, nomeadamente de autarcas, de arquitectos paisagístas e de munícipes, tendo também sido criado o movimento “Stop Torre 60m Portugália”.

As principais críticas prendem-se com a volumetria de um dos edifícios, que os moradores temem que provoque ensombramento e tenha um impacto negativo nas vistas.

Numa das duas sessões de apresentação do projecto, Luís Castro, da Associação Vizinhos em Lisboa, avançou que os moradores ponderam avançar com uma acção judicial contra o projecto.

Neste momento está também a ocorrer uma petição ‘online’, com mais de 1.500 subscritores, contra o futuro empreendimento.

Para os projectistas a torre é uma forma de "intervenção perfeitamente válida", que permite gerar espaço público.

Veja o projecto AQUI

Lusa/DI