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Mercado imobiliário recupera crescimento pré-pandémico

15 de novembro de 2021

O mercado imobiliário em Portugal está a recuperar a trajectória de crescimento pré-pandémico, segundo a consultora imobiliária Savills, tendo captado no terceiro trimestre deste ano 534 milhões de euros de investimento, mais de 80% investimento estrangeiro.

Numa análise à conjuntura imobiliária nacional de Janeiro até hoje, a Savills avalia o mercado imobiliário em 1,1 mil milhões de euros e estima que esse valor atinja os 2.000 milhões no final deste ano.

Entre Janeiro e Setembro de 2020, segundo revelou em finais desse ano a consultora internacional, o volume de investimento no setor imobiliário atingiu 2.278 milhões de euros, aumentando 39% face ao mesmo período de 2019.

Este ano, o segmento de escritórios está a liderar o crescimento do mercado imobiliário, segundo aquela análise, ao ter uma representatividade de 36%, enquanto o sector do retalho está a ser o mais afetado pela pandemia da covid-19, com uma representatividade no mercado imobiliário em Portugal de apenas 8%.

 

Investimento estrangeiro preponderante

O investimento estrangeiro representou nos primeiros nove meses deste ano mais de 80% do total de transacções, destacando-se os investimentos oriundos de França, Reino Unido e Espanha.

"No entanto, o investimento doméstico tem vindo a aumentar, impulsionado por fundos de gestão de investimentos e investidores privados interessados em adquirir produtos dos segmentos de escritórios e retalho, com especial interesse em zonas de grande tráfego pedonal", adianta a consultora.

A Savills diz ainda que, até ao final do ano, o sector do retalho vai recuperar "parte" da actividade perdida durante a pandemia e que na área da restauração espera que "muitos operadores não retornem ao activo, e que o regime de 'take-away', num futuro próximo, se converta na principal fonte de rendimento destes estabelecimentos, levando a uma redução da área ocupada".

 

Desaparecimento de pequenas lojas no retalho

A consultora estima o encerramento de várias lojas de comércio tradicional e outros formatos de pequeno comércio nos grandes centros urbanos, e diz que essa será uma oportunidade para se estabelecerem marcas que aguardavam a entrada no mercado retalhista português.

"Além disso, o crescimento do comércio 'online' também deverá levar ao encerramento de várias lojas físicas ocupadas por grandes marcas, criando espaço para a introdução de novos operadores", antevê a consultora.

 

O residencial em mudança

No sector residencial, prevê continuar a haver uma reconfiguração destes espaços, para melhor se adaptarem às necessidades dos ocupantes e à nova realidade de trabalho à distância, e que a procura por habitação nos grandes centros urbanos aconteça igualmente nas regiões periféricas, que oferecem áreas maiores a preços mais baixos.

A consultora estima também que o arrendamento ganhe mais terreno, "consolidando-se como tendência e como necessidade", principalmente para os mais jovens, um padrão que diz estar a ser alimentado pelas incertezas relativas à pandemia, pelo aumento das famílias monoparentais e pelo aumento dos preços de compra.