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Investidores internacionais só apostam em Portugal se existir estabilidade

3 de dezembro de 2021

A estabilidade tem mesmo um valor e sem ele, os investidores internacionais não apostam em Portugal, avançou hoje Pedro Siza Vieira, Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, no último dia do 46º congresso da APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, que se realiza na cidade de Aveiro.

Para o membro do executivo, o chumbo do Orçamento de Estado 2022 (OE2022), que levou à dissolução do Parlamento e à antecipação de eleições, foi um desperdício de oportunidade. Pedro Siza Vieira, assegurou que a estabilidade é fundamental para atrair e captar investimento estrangeiro. ‘Temos tido um grande interesse de investidores estrangeiros, que vêm investir em Portugal, seja na compra de activos, seja na indústria, ou na criação de empesas. Investidores estrangeiros que encontraram em Portugal um país atractivo e que querem estabilidade. Uma grande coesão social e política foi a imagem que se passou para o exterior e tivemos um comportamento exemplar na prevenção e vacinação. Estas coisas são um valor para o investidor estrangeiro, seja para investir, viver ou estar. Valorizam a estabilidade, a segurança e a estabilidade’, referiu.

O ministro do Governo de António Costa, lembrou ainda que a indecisão da construção do novo aeroporto é lamentável. Considera complexo em termos políticos não se tomar a decisão de se conseguir mais capacidade aeroportuária. ‘Não são apenas decisões do Governo mas essa incapacidade de as tomar, é lamentável’, reforçou, admitindo que ‘é preciso mudar a legislação que impede uma tomada de decisão política sobre uma situação como esta do aumento das estruturas aeroportuárias’.

Para mantermos a ligação ao mundo é fundamental a TAP

Sobre a TAP, o ministro é de opinião que a companhia aérea deve continuar portuguesa. ‘Não interessa ter uma nova infraestrutura aeroportuária se não tivermos a TAP. Para mantermos a ligação ao mundo é fundamental a sua continuação e mantermos este hub. Estamos numa ponta da Europa e para estarmos ligados precisamos do corredor aéreo. O desaparecimento da TAP teria um impacto negativo no nosso PIB e na economia. Convém lembrar que todos os estados da Europa apoiaram a suas companhias aéreas’. Pedro Siza Vieira, reforçou ainda que o esforço na TAP é um investimento num activo do país. ‘Os investirores estrangeiros não viriam da mesma forma se não tivessem um ponto de chegada pela TAP. Somos quase uma ilha dependente da ponte aérea’.

Não há alternativa ao transporte aéreo

Relativamente ao transporte rápido ferroviário para ligar Lisboa a Madrid, o ministro avançou que se trata de um projecto de longo prazo, nunca menos de 10 anos e por isso não é prioritário. ‘Não há alternativa ao transporte aéreo e estou convencido que daqui a poucos anos os aviões irão circular com energia limpa. As inovações tecnológicas irão permitir isso’.

Quanto aos apoios às empresas, o ministro avançou que não estão previstas novas formas de apoiar. ‘Mais do que apoiar a fundo perdido para as empresas não morrerem, importa agora apoiar as empresas para manterem a actividade. Para as micro e pequenas empresas o que me parece mais adequado é o apoio à amortização de dívida’, concluiu Pedro Siza Vieira.