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Internacional

 

Zona Euro vai perder um ponto no crescimento devido à guerra

3 de maio de 2022

 A Crédito y Caución prevê que a invasão russa da Ucrânia retire um ponto de crescimento do PIB da Zona Euro em 2022, situando-o nos 2,9%, devido à interrupção da cadeia de fornecimento, ao aumento dos preços das matérias-primas e ao impacto negativo na confiança das empresas e dos consumidores. Esta avaliação do impacto, sujeita a um elevado nível de incerteza, assenta em dois pressupostos: que o conflito bélico não de prolongue para lá de 2022 e que as sanções sejam reforçadas, mas não até ao ponto de interromper totalmente as exportações de energia. Se os combates na Ucrânia se prolongam até meados de 2023, se as sanções se intensificam e se os fluxos de gás russo se restringem, o crescimento poderá descer até 1% em 2022.

No seu cenário de referência, a seguradora de crédito prevê que a redução do crescimento afete com diferente intensidades os distintos mercados europeus: 1,8 pontos na Alemanha, 1,5 em Itália, 0,7 em França, 0,6 em Espanha e 0,3 nos Países Baixos. Alemanha e Itália estão entre os países mais afetados. Além de terem estreitas relações comerciais com a Rússia, é provável que as suas indústrias automobilísticas sejam afetadas negativamente pela guerra. Os fabricantes de automóveis alemães já anunciaram reduções temporárias na produção devido à escassez de peças provenientes da Ucrânia e é provável que surjam problemas de fornecimento semelhante em Itália. A Alemanha também depende em grande medida da Rússia para as suas importações de gás. O impacto é mais reduzido em França, Espanha e nos Países Baixos na medida em que são menos dependentes da Rússia.

De acordo com as previsões da seguradora de crédito, a Zona Euro irá registar um abrandamento da sua atividade empresarial nos próximos trimestres, num contexto de aumento sem precedentes dos preços dos insumos. A Crédito y Caución prevê que as compras de ativos por parte do Banco Central Europeu terminem totalmente em dezembro de 2022 e que a primeira subida das taxas de juro não aconteça até ao quarto trimestre deste ano ou no primeiro de 2023.