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Internacional

 

Um terço dos investidores imobiliários querem investir no mercado hoteleiro

13 de julho de 2021

Mais de um terço dos investidores imobiliários pretendem comprar hotéis na Europa, de acordo com a última publicação da Cushman & Wakefield, Hotel Investor Beat. Apesar da crise no sector do turismo e das viagens, causada pela Covid-19, 21% dos investidores admite reduzir o investimento no sector hoteleiro e apenas 10% colocaram os seus planos em stand-by.

Neste estudo participaram mais de 50 grandes investidores activos no mercado de investimento hoteleiro europeu, que no seu total foram responsáveis pelo investimento de 26 mil milhões de euros nos últimos cinco anos, adquirindo 664 hotéis (127.642 quartos), o que representa aproximadamente um quarto do volume total de transacções no sector.

Segundo Gonçalo Garcia, Director de Hospitality da Cushman & Wakefield, “os avanços no ritmo da vacinação combinados com a crescente confiança dos consumidores, aumentaram a marcação de férias no estrangeiro, com consequente atractividade de activos hoteleiros para investimento. A grande vontade mostrada pelos investidores em voltar a adquirir hotéis sugere que estes estão já a pensar em cenários pós-Covid19 sem restrições a viagens e com toda a indústria de lazer e hotelaria a funcionar em pleno”.

Para a maioria dos entrevistados, os resorts turísticos são o tipo de activos mais atractivo. Não obstante a complexidade das operações e da sazonalidade, 70% dos investidores consideram-nosmais interessantes agora do que antes da pandemia.

Também os “serviced apartments” se tornaram mais atrativos, com 60% dos inquiridos a realçar a resiliência, alto rendimento e adaptação à mudança para arrendamentos de médio-longo prazo deste tipo de activo.

Por outro lado, os hotéis de negócios, orientados para conferências e eventos, e os que se localizam junto a aeroportos, perderam a sua atratividade, pela alteração brusca nos padrões de trabalho e a resistência em  organizar grandes eventos num futuro próximo.

Quanto a regiões geográficas, o Reino Unido e Irlanda são os destinos preferenciais para investimento, seguidos da Alemanha, Península Ibérica, França e Benelux. Olhando para cidades, Barcelona lidera o ranking de preferência dos investidores, seguida de Londres, Paris, Amesterdão e Munique. Lisboa aparece no 9º lugar do ranking, à frente de cidades como Dublin, Viena ou Praga.

Na opinião de Gonçalo Garcia, “a conclusão evidente após consulta do sentimento dos principais players de mercado (investidores, proprietários e operadores) com exposição a múltiplas geografias, é de que Portugal e a Península Ibérica surgem com destaque positivo, consagrando assim a natureza turística destes destinos, e a confiança na retoma turística no curto prazo. Portugal beneficia de uma boa organização da oferta turística e da visibilidade conquistada no passado recente, limitando-se o interesse apenas pela escala do país e consequentemente das oportunidades geradas e respectivo ritmo do potencial de crescimento”.