Marrocos: Turismo nacional perde 1,65 Mil Milhões de euros nos sete primeiros meses do ano
Nos sete primeiros meses do ano, o turismo marroquino teve uma quebra de receita na ordem dos 18,3 mil milhões de dirhams (1650 milhões de euros), o que corresponde a uma quebra de 44,1% face a igual período do ano anterior, revela a Directiom des Etudes et des Prévision Financières (DEPF) do reino. A pandemia da covid-19 levou a que só no mês de Julho, um dos meses de topo da época alta, a quebra foi de 90,1% em termos de receitas.
Passadas pouco mais de duas semanas desde que o Marrocos reabriu as suas fronteiras para turistas estrangeiros os resultados estão longe de ser optimistas, tanto mais que os sinais de alastramento da pandemia em território nacional são bem evidentes e muito preocupantes.
Um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) publicado em julho afirmava já que, de uma lista de 15 países, a indústria do turismo marroquina era a 7ª mais afectada pela crise Covid-19. O relatório previa para o turismo do reino aluita perdas nas receitas em 2020 na ordem dos 5 mil milhões aos 9,9 mil milhões de euros, no pior dos cenários.
Pandemia em crescimento exponencial
Resta saber até onde poderá ir o saldo catastrófico dos efeitos da covid-19 num sector-chave do economia marroquina (12,3 milhões de turistas, em 2019, representando perto de 11,0% do PIB), que gera 548.000 de empregos directos (5,0% do emprego do conjunto da economia) e foi responsável por 18% da exportação de bens e serviços em 2019.
Em relatório recente o ‘Institute for Health Metrics and Evaluation» (IHME) da Universidade de Washington, antevia um agravamento preocupante da crise de saúde em Marrocos até 2021. Com base em cinco indicadores, nomeadamente mortes desde o início do pandemia, mortes diárias, exames de triagem, capacidades hospitalares e também cumprimento de medidas preventivas, o instituto americano previa o apocalipse em caso de relaxamento das medidas de confinamento, com consequências dramáticas face à falta de capacidade da rede de cuidados de saúde e às enormes manchas de pobreza que caracterizam o país.
Depois da ameaça do terrorismo islâmico intrafronteiras, a covid-19 é a grande ameaça ao turismo marroquino.