Inflação sobe 8,0% em Maio atingindo o valor mais alto desde 1993
A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 8,0% em maio, acima dos 7,2% do mês anterior e o valor mais alto desde Fevereiro de 1993, confirmou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 8,0% em Maio de 2022, taxa superior em 0,8 pontos percentuais à observada no mês anterior e a mais elevada desde Fevereiro de 1993”, informou o INE, confirmando assim os valores que tinha avançado na estimativa rápida divulgada em 31 de Maio.
O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou, registando uma variação homóloga de 5,6%, taxa superior em 0,6 pontos percentuais à registada em abril de 2022 e “o valor mais elevado desde outubro de 1994”.
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 27,3%, face aos 26,7% do mês precedente, o que corresponde ao “valor mais elevado desde fevereiro de 1985”.
Por sua vez, o índice referente aos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação de 11,6%, face aos 9,4% de abril.
Segundo o INE, “por classes de despesa e face ao mês precedente, são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga das classes da ‘habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis’ e das ‘bebidas alcoólicas e tabaco’, com variações de 13,4% e 2,8%, respectivamente (10,2% e 0,6% no mês anterior).
Em sentido oposto, os ‘transportes’ e as ‘comunicações’ apresentaram uma diminuição da taxa de variação homóloga para 10,8% e 2,2% respetivamente (13,1% e 3,2% no mês anterior).
Em Maio de 2022 não se registaram contribuições negativas para a variação homóloga do IPC. Já nas classes com maiores contribuições positivas, destacam-se os ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, os ‘transportes’ e a ‘habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis’.
Comparando com o mês precedente, é de salientar o aumento das contribuições para a variação homóloga do IPC das classes dos ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’ e da ‘habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis’.
Em sentido contrário, destaca-se a redução da contribuição da classe dos ‘transportes’.
Em Maio de 2022, a variação mensal do IPC foi de 1,0% (2,2% no mês precedente e 0,2% em maio de 2021), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi de 3,4% (2,8% no mês anterior).
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, apresentou uma variação homóloga de 8,1%, sendo este “o terceiro mês consecutivo em que é ultrapassado o valor mais elevado registado em Portugal desde o início da série do IHPC, em 1996”.
Segundo o INE, esta taxa é superior em 0,7 pontos percentuais à do mês anterior e idêntica ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em abril, esta diferença foi também nula).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 5,8% em maio (5,3% no mês anterior), superior à taxa correspondente para a área do Euro, estimada em 4,4%, “mantendo o perfil marcadamente ascendente verificado nos últimos meses”.
O IHPC registou uma variação mensal de 1,0% (2,4% no mês anterior e 0,3% em maio de 2021) e uma variação média dos últimos 12 meses de 3,3% (2,6% no mês precedente).
LUSA/DI