






Landcork é um projecto inovador dos ForStudio
São jovens e os seus sonhos de construírem e projectarem casas, edifícios, equipamentos públicos e o que for necessário para uma carreira brilhante na arquitectura não esmoreceu mesmo perante a tão ‘mal fadada’ crise. Nenhum obstáculo os demoveu de lutarem pelo que mais gostam de fazer, realizar projectos inovadores.
ForStudio Architects é um atelier de arquitectura fundado por Fábio Neves, Ivone Gonçalves, Luís Ricardo e Ricardo Paulino que acreditam em projectos novos, na inovação e na sustentabilidade. Apesar de cada um estar a viver numa parte do globo, a cumplicidade e a amizade une-os para o que que mais gostam de fazer, arquitectura.
Uma menção honrosa foi o ponto de partida para o ForStudio
O ForStudio Architects surgiu em 2010, aquando um concurso do Mercado de Ermesinde. Ricardo, Fábio e Ivone, já se conheciam da faculdade, trabalharam juntos nos projectos académicos e tornaram-se amigos. Entretanto, num dos inúmeros estágios que fizeram conheceram o Luís no atelier dos RCR Arquitectes em Olot. “O estágio acabou e decidimos fazer juntos o primeiro concurso, o Mercado de Ermesinde. Correu bem, conseguimos a primeira menção honrosa, o que nos deu ânimo para continuar”, referem.
Apesar de considerarem todos os projectos que realizaram até agora fundamentais, existem dois que se destacam dos outros, por diversos motivos. Um pela inovação, o Landcork, um sistema ecomodular e o Pavilhão para a representação portuguesa na FILBO 2013 - Feira internacional do livro de Bogotá, na qual Portugal foi o país convidado.
Landcork, um módulo 100% sustentável
O Landcork é um dos projectos queridos do atelier. “O Landcork começa por ser uma proposta para um concurso para estruturas de apoio ao surf na costa alentejana. Este trabalho levou-nos a perceber a importância da arquitectura nos espaços protegidos e consequentemente do mercado do ecoturismo em Portugal e das suas possibilidades de crescimento. Constatamos que não havia soluções que respondessem de forma eficaz às particularidades destes lugares, que era uma área carente de bons projectos de arquitectura”, explicam os jovens arquitectos.
Começaram a desenvolver o Landcork e a Associação Almargem - Associação de defesa do património cultural e ambiental do Algarve tomou conhecimento e pediu-lhes uma solução de abrigo de montanha para caminhantes para uma das etapas da Via Algarviana (Percurso pedestre pelo interior Algarvio que liga Alcoutim a Vila do Bispo). Em 2012 concorreram também com este projecto ao Prémio indústrias criativas e o Landcork foi um dos 10 finalistas numa edição particularmente concorrida, 430 propostas a concurso.
Um projecto que conta já com o apoio da Corticeira Amorim e o CRIA
“Neste momento contamos com o apoio técnico da Corticeira Amorim e com uma parceria com oCRIA -Centro Regional para a Inovação do Algarve da Universidade do Algarve para o desenvolvimento das Energias renováveis. Durante o próximo Verão esperamos construir o primeiro módulo de 36 m2 que irá servir de referência para uma proposta com vários módulos para habitação de turismo de natureza que estamos a desenvolver para o interior Algarvio. O território nacional é para nós uma prioridade uma vez que o Ecoturismo cresce cerca de 10% ano, no entanto a internacionalização será sempre um objectivo.
Aquilo que para nós é fundamental neste projecto é desenvolver um produto de excelência que se torne uma referência no mercado do ecoturismo”, explicam os jovens arquitectos.
Arquitectura é mais do que projectar
A forma de estar na profissão é muito especial para os ForStudio e como costumam dizer: “OForStudio é um colectivo de arquitectos portugueses com afinidades e experiências profissionais transversais, cuja criação se tornou inevitável. Este colectivo é uma plataforma de trabalho, itinerante na sua residência, constante e rigorosa na sua actividade, que explora a disciplina da Arquitectura como instrumento de actuação social, meio de investigação do quotidiano e do improvável, do debate e do intercâmbio.”
Os jovens reconheceram que depois da experiência de trabalharem numa atelier de arquitectura e fazerem parte do processo de arquitectura, tinha chegado finalmente o momento de tomarem decisões e de acompanharem o processo do princípio ao fim.
“Desenho a nossa principal forma de comunicação”
O que caracteriza essencialmente este atelier é a vontade de fazerem arquitectura, de acompanharem o processo. “A distância é apenas mais uma premissa, que verdadeiramente nos ajuda a disciplinar e a gerir o tempo, o trabalho. Encontramos, desta forma, no desenho a nossa principal forma de comunicação o que nos permite reflectir bastante sobre as soluções ao longo do processo”.
Acreditar no futuro e no trabalho
O futuro não os assusta e como arquitectos explicam que têm duas formas de encarar a profissão, “por um lado temos que gerar uma dinâmica de trabalho contínua e rigorosa com a participação em concursos e a procura de novas ideias e novas abordagens à profissão; por outro lado temos que ser bastante assertivos e aproveitar da melhor forma todas as oportunidades que nos forem dadas. O Landcork é um pouco resultado disso mesmo, o acreditar num projecto que começou por ser uma resposta a um concurso e que se tornou numa solução de mercado”.