Mercado de escritórios a bater recordes dos últimos nove anos
No primeiro semestre do ano, o mercado de escritórios continua a bater recordes dos últimos 9 anos, com um take-up total de 86.819 m2.
Segundo o estudo WMarket da Worx, este volume de absorção representa um aumento de 11% face ao mesmo período do ano anterior e permite antecipar mais um fecho de ano com valor recorde.
O relatório mostra que os aumentos consideráveis nalgumas zonas, nomeadamente a zona 5 (Parque das Nações) ou a zona 7 (outras zonas) acabaram por compensar descidas como a zona 4 (Zona Histórica) ou 6 (corredor oeste) e equilibrar o resultado final do semestre.
A zona 5 foi a zona de mercado que registou o maior crescimento, com o volume de take-up 5 vezes superior ao mesmo período de 2017. De 2 309 m2 aumentou agora para um take-total de 12 577 m2, no qual os 8 000 m2 ocupados pela Teleperformance deram um contributo muito significativo. Também com grande dinamismo, a zona 7 mais do que duplicou a absorção, com um crescimento de 61%. E as zonas 2 (CBD) e 3 (Zona emergente) com aumentos de take-up na ordem dos 56% e dos 46% respetivamente.
O número total de operações no Mercado de escritórios de Lisboa foi de 108, registando uma descida de 16% face ao mesmo período do ano anterior, o que nos permite concluir que a área média contratada foi superior.
Em relação à taxa de disponibilidade continua em queda, motivada pela crescente procura e escassez de nova oferta.
De acordo com Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, “continua a haver falta de oferta nova e quando surge, está maioritariamente assente em projectos de pré-arrendamento.”
No final do 1º semestre de 2018, a taxa de disponibilidade cifrou-se nos 8,10%. Este valor tem vindo a decair gradualmente desde 2013, mas deverá verificar uma inversão a partir dos anos 2020/2021, com a entrada prevista de novos projectos no mercado.
Com o valor mais baixo de todo o mercado situado nos 2,42%, correspondente a menos de 10 000 m2 disponíveis, a zona 5 (Parque das Nações) é a zona que reflecte melhor esta pressão da taxa de disponibilidade, estando ocupada praticamente na totalidade.
A acompanhar a crescente procura no Mercado de escritórios, também os valores de Renda Prime têm mantido a sua trajectória de subida. A zona Prime CBD fechou o semestre nos 21,75 euros/m2, verificando um aumento de 1,25 euros/m2 comparativamente ao ano anterior.
O departamento de Research & Consulting da consultora imobiliária prevê ainda que, com a retoma do mercado imobiliário, a aposta de promoção em edifícios de escritórios foi preterida em prol do desenvolvimento imobiliário residencial perante a elevada atratividade deste segmento. O mercado encontra-se novamente num ponto de viragem e diversificação de investimento, com a atividade de promoção de ativos de escritórios a reanimar. Entre os anos 2020-2021, a Worx prevê a entrada de aproximadamente 290.000 m2, divididos em espaços para ocupação própria e desenvolvimento especulativo.
Pedro Salema Garção, conclui: O ano de 2019 representa uma oportunidade para conseguir escoar os escritórios usados existentes no mercado. Os proprietários devem investir nesses imóveis de modo serem absorvidos pelo mercado até 2020 de forma a aproveitar a falta de oferta nova existente no mercado.