Grande Porto tem em construção 10 novos projectos de escritórios
O mercado imobiliário de escritórios foi o primeiro a reflectir a retoma, impulsionado pelo forte crescimento da procura por parte de ocupantes internacionais. Este facto permitiu, de acordo com a primeira edição do Marketbeat Porto, elaborado pela Cushman & Wakefield (C&W), que “a oferta de escritórios no Grande Porto totalize 1,45 milhões de m2 e só no primeiro trimestre deste ano a absorção de espaços atingisse os 30.000 m2”. Assim, “a elevada exigência dos novos ocupantes incentivou a promoção e hoje a oferta futura de escritórios conhecida para o Grande Porto aproxima-se dos 150.000 m2, distribuídos por 10 projectos”, destaca o estudo apresentado recentemente. O Marketbeat Porto salienta ainda que o dinamismo da procura no Grande Porto reflecte uma mudança estrutural. No entanto, mantém-se ainda muito abaixo das suas capacidades. “A procura latente na cidade é muito elevada e tem vindo a ser limitada pela ausência de espaços de qualidade”, destaca. A Boavista mantém-se a localização mais procurada em termos de volume de operações, mas é também a que regista a área média mais reduzida, com maior predominância de negócios mais pequenos. Matosinhos foi a zona que maior volume de área absorveu desde 2016, sendo que a Maia tem vindo a registar um menor volume de procura. Em relação a projectos novos, destaca-se a chegada ao mercado, em 2019, do Porto Office Park, do grupo Violas Ferreira, com 31 mil m2 de área, de um conjunto de 10 outros previstos para o Porto, Matosinhos e Maia.
Restauração com 45% das aberturas
O Marketbeat Porto inclui uma análise detalhada da actividade dos sectores de escritórios, retalho, industrial, residencial e hoteleiro, bem como a actividade de investimento imobiliário no Grande Porto. No que se refere ao retalho, a Área Metropolitana do Porto tem alguns dos projectos mais relevantes do país, com uma oferta acumulada de 768 mil m2, distribuída por 33 conjuntos comerciais. O comércio de rua registou um crescimento significativo desde 2014, contando as zonas tradicionais da cidade – Baixa, Clérigos e Boavista – com o maior volume de oferta, mais de 180.000 m2, destaca o estudo.
“Desde 2015 até hoje são conhecidas 380 novas ocupações de retalho, com a cidade do Porto a captar mais de metade das operações e maioritariamente em comércio de rua. O sector da restauração foi o mais activo, com 45% das aberturas a corresponderem a restaurantes ou cafés”, salienta. No que se refere ao mercado industrial do Grande Porto, conta com uma oferta superior à da Grande Lisboa, estimada em 13 milhões de m2. A localização prime é o Eixo Maia / Via Norte, e representa 13% da oferta total. O Eixo Matosinhos/Vila do Conde, com 15% da oferta, é beneficiado pelo maior dinamismo do Porto de Leixões e pela proximidade ao aeroporto.
Afirmação dos Aliados
Quanto ao segmento residencial, o estudo da C&W destaca que nos últimos 12 meses se registou “um acentuar da tendência de crescimento, com um aumento significativo dos preços no último trimestre de 2017. A Foz mantém-se como a zona residencial prime da cidade, mas as freguesias do centro histórico têm assistido a uma forte valorização e a Avenida dos Aliados já se posiciona como um novo eixo de luxo na cidade do Porto”. No segmento do turismo, o destaque vai para o importante crescimento, registado nos últimos anos. A começar pelo aeroporto que registou, entre 2004 e 2017, um crescimento de passageiros superior a 250%, tendo movimentado no último ano 10,8 milhões de passageiros. Os indicadores de operação hoteleiros também revelam o bom momento do mercado. De acordo com dados da AHP, entre 2013 e 2017 os preços das unidades hoteleiras da região subiram em média 55%.
Artigo de: Elisabete Soares