
Seminario Maior do Porto: foto de António Amen em Wikimedia
Aberto concurso para obras e construção de hotel no Seminário Maior do Porto
O concurso público para a reabilitação do Seminário Maior e edificação do Maior Oporto Hotel, no Porto, no valor de 13,7 milhões de euros, decorre até 17 de Março, segundo um anúncio publicado hoje em Diário da República.
Com este concurso público, a Diocese do Porto pretende reabilitar o Seminário Maior, edifício próximo do Paço Episcopal com mais de 400 anos, e construir um hotel do tipo de hospedaria monástica.
Em Outubro de 2022, o bispo auxiliar do Porto e reitor do Seminário Maior, Vitorino Soares, explicou que o projecto da hospedaria monástica prevê "55 quartos" decorados com “alguma austeridade”, aproveitando objectos de arte sacra do museu, e o ambiente que será ali vivido terá um “clima religioso”.
“Será um espaço diferente, totalmente autónomo do seminário", garantiu o bispo auxiliar do Porto, reconhecendo que será um espaço para quem "quiser descansar" e respirar um "ambiente de silêncio" e, sobretudo, para quem quiser "usufruir da situação geográfica e paisagística das vistas para o rio Douro”.
A futura hospedaria vai estar aberta a todos os turistas que também queiram ter a experiência de poder viver ao lado de uma comunidade religiosa.
A unidade hoteleira pode mesmo servir para o próprio seminário, caso haja muitos alunos.
Albergar peregrinos do Caminho de Santiago – embora não vá ser um albergue - pode ser outra opção, explicou então.
“Trata-se apenas de poder partilhar um espaço, um ambiente onde se pode respirar exactamente esse clima religioso”, observou Vitorino Soares.
Já quanto à empreitada de reabilitação do seminário, disse que “o edifício exigia obras de conservação e segurança”, recordando que os quartos dos seminaristas são "celas onde nem sequer há casa de banho privativa".
A razão das obras no seminário é “fundamentalmente” adquirir quartos com casa de banho privativa para os alunos a nível interno, bem como “construir um elevador” para uma maior acessibilidade do clero que tem uma faixa etária “elevada” e não tem condições de visitar a casa devido aos degraus, explicou.
O projecto de arquitectura tem também previsto a existência de uma rua pública envolvente e virada para o rio Douro que vai valorizar o espaço, onde toda a população poderá circular livremente e usufruir de uma paisagem privilegiada que é a de estar “em cima do rio Douro”, concluiu Vitorino Soares.
Em 22 de Setembro de 2022, a Câmara do Porto aprovou, com a abstenção da CDU e PS e voto contra do BE, isentar o Seminário de Vilar e o Seminário Maior do Porto de afetarem parte do edificado a habitação acessível no decorrer das operações urbanísticas submetidas.
A proposta, discutida na reunião privada, foi aprovada com os votos favoráveis dos vereadores do PSD, dos vereadores do movimento independente de Rui Moreira, e com a abstenção dos vereadores da CDU e PS e o voto contra do BE.
No documento, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, esclarecia que, apesar de as operações urbanísticas submetidas pelos dois seminários se localizarem em Área de Zonamento Inclusivo, a câmara ia isentá-las de "uma parte da edificabilidade" ser afeta a habitação acessível, conforme o Regulamento do Plano Director Municipal (RPDM) que define que nas operações urbanísticas localizadas nestas áreas em que ocorra nova construção, ampliação ou alteração de uso, parte da edificabilidade passa a ser afeta a habitação acessível, por um prazo não inferior a 25 anos.
De acordo com a proposta aprovada, o Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição do Porto apresentou um pedido de licenciamento para obras de alteração e ampliação do prédio situado no Largo Dr. Pedro Vitorino, na União de Freguesias do Centro Histórico.
"Pretende‐se preparar o Seminário Maior para uma lotação de quartos para um universo de 47 seminaristas, cinco superiores e capacidade de receber visitas externas, assim como ampliar as suas instalações de hospedagem de modo a salvaguardar a sua viabilidade e sustentabilidade financeira a médio e longo prazo, incorporando a valência de "hospedagem monástica", referia o documento, adiantando ainda que haveria uma cedência de área ao domínio público.
Lusa/DI