
Gustav Greyling, License Partner da Engel & Völkers Sintra e Oeste
A habitação do futuro: flexibilidade e diferentes tipos e formas de habitação
O setor imobiliário em Portugal está a enfrentar algumas mudanças significativas impulsionadas sobretudo pelo aumento dos preços da habitação, pela escassez de oferta, pela evolução tecnológica e pela necessidade de soluções mais sustentáveis. Estes fatores têm vindo a mudar gradualmente o paradigma dos tipos e formas de habitação que vemos atualmente. Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer no que respeita a este tema, mas é claro que o futuro da habitação será marcado pela flexibilidade, pela eficiência e por novos conceitos adaptados à realidade do nosso país, respondendo a um mercado dinâmico e diversificado.
Com o aumento dos preços das habitações, é cada vez mais evidente a necessidade de recorrer a soluções de habitação mais flexíveis. Modelos como o coliving, o cohousing, as micro-houses, as casas modulares, inteligentes e sustentáveis e os espaços coletivos e comunidades planeadas ganham cada vez mais relevância. Estas soluções, embora ainda sejam vistas com alguma reserva em Portugal, permitem aos residentes adaptar as suas condições de habitação às suas necessidades. Além disso, a mobilidade profissional e pessoal é uma tendência crescente, que se faz acompanhar de uma adaptação de espaços residenciais para o teletrabalho e a integração de áreas multifuncionais, capazes de responder às diferentes exigências do dia a dia. Estes novos modelos tornam-se cada vez mais soluções reais, acessíveis e eficientes, representando a adaptação necessária para responder às necessidades emergentes da população.
Outro fator que também tem vindo a impactar cada vez mais o imobiliário é a tecnologia, que neste contexto é utilizada sobretudo para otimizar o conforto e a eficiência energética, tornando as casas mais inteligentes e sustentáveis.
A crescente necessidade de casas mais sustentáveis também tem vindo a ser cada vez mais evidente. Em parte, as casas modulares têm vindo a responder a esta necessidade, já que este tipo de habitações são, na sua maioria construídas com materiais ecológicos e projetadas para eficiência energética, o que resulta num menor impacto ambiental e numa redução significativa dos custos de aquisição e manutenção, tornando-as mais acessíveis. Além disso, o tempo de execução de uma casa modular está a reduzir significativamente, permitindo que os proprietários se mudem para uma nova propriedade em menos de 9 meses.
A qualidade de vida é também uma crescente preocupação da população, o que leva ao surgimento de novas comunidades planeadas em Portugal. Estas comunidades oferecem habitações privadas combinadas com espaços partilhados como hortas urbanas, áreas de coworking, zonas de lazer e outros serviços comunitários. Os conceitos coliving ou cohousing incentivam uma vida social mais ativa e um maior sentido de comunidade.
Em Sintra e na Região Oeste, as novas formas de habitação ganham destaque quando conciliam sustentabilidade, funcionalidade e identidade local. Soluções como as casas modulares e a reabilitação de edifícios antigos são as que têm mais adesão na região, já que por norma, são utilizados materiais que integram a paisagem e respeitam as exigências ambientais e patrimoniais.
A habitação em Portugal está a transformar-se para responder aos desafios que enfrenta e para tentar antecipar os que virá a enfrentar. A habitação do futuro deverá ser mais dinâmica, adaptável e tecnologicamente integrada. A flexibilidade, a sustentabilidade e os novos modelos de habitação serão fatores determinantes para o mercado imobiliário nos próximos anos.
Gustav Greyling
License Partner da Engel & Völkers Sintra e Oeste
*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico