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Londres

A corrida pelo melhor espaço de escritórios: custos de fit out aumentaram 9% na Europa

12 de abril de 2023

As principais cidades britânicas e alemãs lideram a lista das regiões europeias com custos de fit out mais elevados, uma vez que as expectativas dos ocupantes, relativamente aos seus escritórios, continuam a aumentar após a pandemia, de acordo com novos dados da consultora líder global em serviços imobiliários, Cushman & Wakefield.

Os custos de fit out em toda a Europa aumentaram, em média, 9% durante o último ano, com o fit out chave na mão[1] de um espaço de escritório de alta qualidade a situar-se numa média de €2.214 por metro quadrado. Embora isto represente um aumento significativo deste indicador, a sua variação está em linha com o pico da taxa de inflação verificada na zona euro e no Reino Unido. Os elevados custos de fit out no Reino Unido e na Alemanha estão ainda a ser impulsionados por elevadas expectativas, em termos de sofisticação do design, soluções tecnológicas e qualidade de acabamentos.

O "European Office Fit Out Cost Guide" da Cushman & Wakefield analisa 25 das principais cidades europeias e define os custos médios de obras de adaptação, de vários níveis de qualidade, com o intuito de ajudar os ocupantes a definir os orçamentos de relocalização dos escritórios.

Tabela: Os 10 locais mais dispendiosos para um fit out de alta qualidade na Europa

Fonte: Cushman & Wakefield

Lisboa, ocupa a 21ª posição com 1.593 euros/m2, encontrando-se à frente de Milão e Roma no ranking.

De acordo com Nic Wilkinson, Chair of Project & Development Services EMEA na Cushman & Wakefield, "três anos após a pandemia de COVID-19, a entrega de modelos de fit outs de escritório que reflitam os modelos de trabalho atuais estão no topo da agenda. As empresas estão a avançar a passos largos na redefinição da estratégia de ocupação dos escritórios e a importância, agora, atribuída à sustentabilidade e aos critérios de diversidade e inclusão não pode ser subestimada, uma vez que cada vez mais empresas se movem em direção à concretização de objetivos concretos nesta área. Em conjunto, isto impulsiona a procura por um espaço de escritórios melhor, no contexto de uma falta de oferta, e, também, ponderações logísticas e de custos consideráveis".

Nos últimos 12 meses, o aumento da inflação tem sido a principal questão que tem afetado os custos de fit out, impulsionado por desequilíbrios significativos entre a oferta e a procura, resultantes da pressão nas cadeias de abastecimento, falta de mão de obra e o conflito na Ucrânia.

As perspetivas sobre os preços são variadas. Embora a pressão na cadeia de abastecimento esteja gradualmente a ser resolvida, ainda existem obstáculos em produtos específicos, principalmente eletrónicos, e os custos de mão de obra continuam a ser elevados. A previsão do valor da inflação na zona euro, em 2023, é de 6,2%, mas espera-se que diminua para 2,7% em 2024. Neste contexto, é provável que os custos de produção permaneçam elevados a curto prazo, o que poderá fazer com que as construtoras continuem a ser avessas ao risco e a incluir maiores cláusulas de segurança para mitigar as atuais condições voláteis. No entanto, por outro lado, o abrandamento da economia resultou numa abordagem mais cautelosa por parte dos ocupantes, o que, juntamente com a tendência atual de redução das pegadas de carbono dos escritórios, significa que a dimensão do mercado diminuiu. Por sua vez, verifica-se um aumento da concorrência para ganhar projetos e, por conseguinte, uma pressão descendente nos preços das propostas, à medida em que as margens se reduzem.

As expectativas do utilizador estão a transformar o mercado

A Cushman & Wakefield lançou, recentemente, um estudo "Obsolescence = Opportunity: The next evolution of office space in Europe" , em que alerta para o facto de 76% da oferta total de escritórios europeus enfrentar a obsolescência até 2030, devido à mudança dos padrões de trabalho, a procura dos ocupantes e, a crescente ação legislativa dos governos europeus em torno de padrões mínimos de sustentabilidade, bem como um cenário económico incerto, em que existe um desalinhamento entre a oferta e a procura.

Os melhores projectos de fit out devem, portanto, considerar em simultâneo cinco fatores-chave:

  • Redefinição da estratégia de ocupação de escritórios;
  • Mudança do paradigma de gestão;
  • Sustentabilidade;
  • Política de compras e contratação; e
  • Tecnologia.

Wilkinson acrescenta: "Metade do património imobiliário de toda a Europa tem mais de trinta anos e apenas 14% foi construído, ou substancialmente modernizado, nos últimos dez. Ao longo da vida de um edifício de escritórios, podem existir até três ou quatro mudanças de fit out e, com os requisitos legislativos relacionados com a sustentabilidade a tornarem-se mais iminentes, os senhorios devem considerar os custos ambientais, e a relação dos mesmos com os custos de construção dos edifícios. Os ocupantes precisam, em simultâneo, de ter em conta os elevados custos para acomodar as melhorias tecnológicas e de sustentabilidade, sendo que os períodos de retorno, especialmente para eficiências de sustentabilidade, tenham diminuído consideravelmente".