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Hotel Conrad Algarve

2024: Investimento em imobiliário comercial cresceu 28%

2 de janeiro de 2025

O volume de transacções de investimento em imobiliário de rendimento no ano transacto terá sido de 2.170 milhões de euros, um aumento homólogo expressivo de 28% face ao ano anterior.

Verificou-se um maior interesse dos investidores no sector de retalho, que agregou metade do volume total investido, e da hotelaria, que representou perto de um quarto do total.

A conclusões consta do resumo de actividades elaborado pela consultora Cushman & Wakefield no mercado imobiliário nacional em 2024 e as suas perspectivas para 2025.

Segundo Eric van Leuven, director-geral da consultora em Portugal, “2024 foi um ano de recuperação, num enquadramento global de descida das taxas de juro, com maior dinamismo no mercado imobiliário l (sobretudo na segunda metade do ano). Em Portugal, após um primeiro semestre com actividade reduzida, registou-se um crescimento expressivo do investimento imobiliário comercial no segundo semestre, fechando assim o ano com aumento significativo face a 2023. Relativamente ao mercado ocupacional, registaram-se aumentos homólogos nos volumes de absorção de todos os sectores, com especial destaque para o sector de escritórios na Grande Lisboa que atingiu o segundo valor mais elevado de absorção da última década.”

A proporção do capital estrangeiro no montante do investimento representa neste momento 74% do volume total investido em 2024, aumentando a sua quota face ao ano anterior.


Alegro Montijo - Imagem Teixeira Trigo


LoureShopping - Imagem Engexpor


A alocação de capital por sector demonstrou o maior interesse dos investidores nos sectores de retalho e hotelaria, que agregaram respectivamente 49% e 22% do volume total investido - sublinha a C&W.

No retalho, entre um total de 1.050 milhões de euros investidos, destacaram-se as duas maiores transacções do mercado até ao momento, ambas em centros comerciais: a aquisição pela Lighthouse Properties à Ceetrus do Alegro Montijo por 178 milhões de euros e a compra pela Castellana Properties à Harbert do LoureShopping, 8.ª Avenida e RioSul Shopping por 177 milhões.

Na hotelaria, o total de 470 milhões de euros foi particularmente influenciado pela compra pelo Grupo Quinta do Lago do Conrad Algarve à DK Partners por 150 milhões, a compra do Sofitel Lisboa Liberdade à Accor Invest por um investidor privado, num valor de 75 milhões de euros, e a aquisição pela BTG Pactual do The Oitavos ao Grupo Champalimaud por um montante entre 70-80 milhões.



O terceiro sector mais importante em termos de investimento comercial foi o de escritórios, que representou 13% do total investido, com um volume de 290 milhões de euros, tendo-se destacado a aquisição pela Real I.S. da K Tower à Krestlis, por um valor entre 75-80 milhões.

Os chamados activos alternativos agregaram 12% do total investido, com um aumento da actividade no segmento de residências para estudantes, onde se incluíram a compra pela Xior do Home & Co Campo Pequeno por 58 milhões de euros e a aquisição pela Stoneshield Capital de duas unidades em Lisboa, por um valor entre 55-60 milhões.

Escritórios: K Tower, no Parque das Nações



Por fim, o mercado de industrial e logística manteve uma representatividade reduzida, agregando apenas 5% do valor total investido, num volume de 100 milhões de euros, com destaque para a aquisição pela SIVA à Norfin dos imóveis Imocar na Azambuja por 25-30 milhões de euros.

Após correcções em alta durante os dois últimos anos, transversais a todos os sectores, as taxas de rentabilidade mantiveram-se estáveis nos três primeiros trimestres de 2024, tendo registado uma compressão de 25 pontos base (p.b.), apenas no sector de retalho, no último trimestre do ano. Desta forma, no final de 2024 as yields prime mantiveram-se nos 5,00% em escritórios e nos 5,75% em logística, enquanto contraíram 25 p.b. no comércio de rua (para 4,50%) e em centros comerciais (para 6,25%).