Rendas contratadas em Lisboa recuam 3,4% e registam maior queda homóloga dos últimos quatro anos
As rendas dos contratos de arrendamento celebrados em Lisboa no segundo trimestre de 2025 estão 3,4% abaixo do valor registado no mesmo período do ano passado, revelam dados da Confidencial Imobiliário, no âmbito do Índice de Rendas Residenciais. Esta variação representa a maior descida homóloga desde 2021, reflectindo o arrefecimento progressivo do mercado ao longo do último ano.
Depois de uma fase de forte crescimento entre meados de 2022 e 2023, as rendas em Lisboa têm vindo a abrandar, acumulando dois trimestres consecutivos de quebras expressivas: -2,7% no terceiro trimestre de 2024 e -1,5% no primeiro trimestre de 2025. Apesar da recuperação trimestral de 0,7% observada entre abril e junho deste ano, esse movimento não foi suficiente para contrariar a trajectória negativa em termos homólogos.
Porto
No Porto, mantém-se a tendência de ligeira descida trimestral, com as rendas a recuarem 0,7% no segundo trimestre. Este é o terceiro trimestre consecutivo em que se verifica uma quebra, embora de forma residual (entre -0,3% e -0,7%), o que permite ainda uma variação homóloga positiva de 0,7%.
De acordo com Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário, “apesar de haver uma recuperação trimestral das rendas em Lisboa, o momento actual do mercado continua a ser de arrefecimento”. O responsável destaca o aumento da oferta de imóveis para arrendamento desde meados de 2023 como um factor determinante para a descida das rendas: “havendo mais oferta, existe menos pressão sobre a procura e as rendas descem”. Ainda assim, nota que esse aumento da oferta surgiu como resposta dos proprietários a um mercado que, em anos recentes, registou subidas superiores a 30% ao ano.
Segundo o SIR-Arrendamento, no segundo trimestre de 2025, a renda média de um apartamento T2 situou-se nos 1.544 euros em Lisboa e nos 1.260 euros no Porto.
