O colapso do turismo
O sector do turismo tem sido dos mais afectados com a pandemia da Covid-19. Os números são devastadores. Hoje a Organização Mundial do Turismo revelou que em 2020, turismo mundial deverá registar uma queda de receitas de cerca de 900 mil milhões de euros e o INE indica que a actividade turística em Outubro em Portugal, voltou a cair.
Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), com estes dados o turismo regressa em 2020 - o pior ano da história do sector - aos números de 1990 e pode provocar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) mundial equivalente a dois mil milhões de dólares (cerca de 1,63 mil milhões de euros).
A agência de turismo das Nações Unidas prevê que na segunda metade de 2021 haverá uma retoma da actividade no sector, mas um regresso aos níveis de 2019 poderá levar entre dois anos e meio a quatro anos.
Durante os primeiros 10 meses do ano, as chegadas internacionais caíram 72% (900 milhões) devido às restrições de viagens, à baixa confiança dos consumidores e à luta global para conter a propagação do vírus. A OMT estima que uma queda de mil milhões de chegadas internacionais para o total do ano.
As perdas associadas foram de 935 mil milhões de dólares (764 mil milhões de euros), mais de 10 vezes as registadas em 2009 como impacto da crise económica global.
A região Ásia-Pacífico foi a mais castigada pelas restrições de tráfego, com uma queda nas chegadas de 82% nos primeiros 10 meses de 2020, o Médio Oriente registou um corte de 73%, a Europa e as Américas caíram 68%, e África 69%.
Apesar disto, um número crescente de destinos está a reduzir ou a eliminar as restrições de viagens, já que, de acordo com a OMT, a proporção de destinos fechados diminuiu de 82% no final de abril de 2020 para 18% no início de novembro (expresso como uma percentagem de chegadas internacionais).
O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, argumenta que embora a notícia da vacina esteja a aumentar a confiança dos viajantes, há ainda um longo caminho a percorrer para recuperar, pelo que os esforços devem ser redobrados para abrir as fronteiras em segurança e apoiar os postos de trabalho e as empresas de turismo.
Também hoje, o Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou a intensificação da quebra da actividade turística em Outubro, em Portugal, com os hóspedes a recuarem 59,7% e as dormidas a diminuírem 63,3% face ao mês homólogo do ano anterior.
Quer a quebra de 59,7% verificada em Outubro no número de hóspedes, para um milhão, quer a redução de 63,3% das dormidas, para 2,3 milhões, foram ligeiramente mais intensas do que o INE tinha previsto na sua estimativa rápida de 30 de Novembro (-59,3% e -63,0%, respectivamente).
Esta evolução representa uma nova aceleração das quebras homólogas da actividade turística, fortemente impactada pela pandemia de covid-19, que em setembro já tinha sofrido recuos de 50,3% nos hóspedes e de 53,4% nas dormidas.
LUSA/DI