Hotelaria fecha 2020 com perda de 3.270 milhões de euros na receita total, menos 73%
A hotelaria nacional fechou o ano passado com uma perda total de receita de 3.270 milhões de euros, o que representa uma quebra de 73% face a 2019, revelou hoje um inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
“Fechamos nos 73% (de quebra), ou seja, 3.270 milhões de perda total de receita na hotelaria”, disse aos jornalistas a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, durante a apresentação do inquérito "Balanço 2020 & Perspectivas 2021".
Relativamente às receitas de alojamento, a perda total a nível nacional foi na ordem dos 69%.
Segundo os dados da AHP, a taxa de ocupação hoteleira anual foi “mísera”, fixando-se nos 26%, tendo sido Lisboa, Açores, Madeira e a zona Norte as regiões mais afectadas.
“Dentro do mau relativo […], tivemos o Alentejo com a melhor performance relativa em termos de taxa de ocupação, ainda assim na ordem dos 40%”, revelou a AHP.
Menos significativa foi a quebra do preço médio por quarto, que rondou os 20%, demonstrando que, nos períodos em que estiveram abertos, os estabelecimentos hoteleiros não praticaram preços expressivamente mais baixos.
Do total dos inquiridos, 89% apontou Portugal como principal mercado em 2020, seguindo-se Espanha (apontado por 63% dos inquiridos) e França (indicado por 45%).
“Apenas 27% dos inquiridos apontou o Reino Unido como um dos três principais mercados em 2020. […] O mercado interno, que não significa mais do que 30% das dormidas actualmente, foi apresentado como principal mercado por 89% dos inquiridos, o que é uma alteração de paradigma”, disse Cristina Siza Vieira.
Com as condições actuais – fronteiras fechadas, aviões em terra e plano de vacinação em curso – quase 40% dos inquiridos admitiram não reabrir portas até ao final deste ano.
“Vai ser um ano muito, muito tímido em termos de aberturas. […] Vai ser um ano ainda pobre em termos de oferta de alojamento, porque, naturalmente, vai haver ainda muito pouca procura”, salientou a presidente executiva.
O inquérito foi realizado entre 4 e 28 de Fevereiro, pelo Gabinete de Estudos e Estatística da AHP, junto dos empreendimentos turísticos associados e aderentes ao AHP Tourism Monitors, de todas as regiões do país.
LUSA/DI