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Covid-19: Fitch prevê queda de 60% na receita por quarto de hotel na Europa

11 de junho de 2020

A pandemia de covid-19 deverá causar, este ano, uma queda de mais de 60% na receita europeia por quarto disponível (RevPAR), que não deverá conseguir recuperar até pelo menos 2023, apontou hoje a Fitch Ratings.

“O sector hoteleiro é um dos mais expostos à crise do novo coronavírus. Com a aproximação da temporada de Verão, os cancelamentos ou adiamentos de viagens e eventos continuam a aumentar diariamente, enquanto permanecem as preocupações com a contaminação”, indica, em comunicado, a Fitch Ratings.

A agência de notação de risco prevê que a pandemia provoque uma queda “de mais de 60%, em 2020, na receita europeia por quarto disponível”, que não deve conseguir recuperar os níveis anteriormente registados, pelo menos, até 2023, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com a gripe suína, com a recuperação dos hotéis em menos de dois anos.

As tarifas por quarto devem registar, em média, uma descida de 5%, uma vez que, face à procura, uma guerra de preços não iria garantir, a longo prazo, um maior proveito para os hotéis.

Por outro lado, a desvalorização dos preços tende a deteriorar a imagem e competitividade da marca, segundo a agência.

As estimativas da Fitch Ratings apontam para uma recuperação gradual a partir de 2021, mas a RevPAR vai permanecer 15% abaixo dos níveis de 2019.

Já em 2022, antes da recuperação total, a receita por quarto deverá ser inferior em 5% à totalizada em 2019.

 

Turismo rural em alta...

“O desenvolvimento de uma vacina e estímulos sociais, fiscais e monetários sem precedentes devem ajudar a acelerar a procura e recuperação no sector”, refere.

A análise da Fitch revelou ainda que o turismo doméstico está entre as preferências dos viajantes para 2020, prevendo-se que o turismo rural e, sobretudo, o regional equilibrem a queda observada nas chegadas internacionais.

Já no que se refere à acomodação, a agência acredita que os turistas vão preferir alugueres privados e estabelecimentos ao ar livre, como parques de campismo, dada a possibilidade de assegurar a distância social, mitigando o risco de contágio pela covid-19.

Os grandes grupos vão ter também mais recursos para garantir a limpeza das instalações e disponibilizar opções de isolamento social.

Lusa/DI