Caldas de Arêgos aspira a ser a “Estância Termal do Douro”
As Caldas de Arêgos, à beira do Douro, no concelho de Resende e distrito de Viseu, vai pôr em execução o programa “Aregos 2020”, que visa revitalizar a localidade de Caldas de Aregos e as suas Termas, as suas acessibilidades as suas unidades de acolhimento.
Ana Abrunhosa, a ministra da Coesão Territorial, que visitou ontem a região para estabelecer a parceria, classificou as Caldas de Arêgos como uma “pequena pérola” de Resende, afirmando que a obra de “requalificação profunda” do espaço se elevará a cerca de seis milhões de euros.
“O projecto que aqui vemos hoje é uma pequena pérola em Resende. Temos sempre o [rio] Douro como denominador comum e também estamos a trabalhar noutros projectos nesta marca internacional que temos de continuar a valorizar”, disse Ana Abrunhosa.
No decorrer da sessão de consignação da obra de requalificação das Caldas de Arêgos, a governante deixou a promessa de “continuar a apoiar projectos importantes” para Resende, como acontece com esta intervenção, que conta com o apoio do Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVER).
O Turismo a pensar nos habitantes da região
“Estamos a falar de investimento para o turismo, mas em primeiro lugar para quem cá está. Dá qualidade de vida a quem cá está e vai, certamente, incentivar os donos do hotel que está degradado, lá ao lado, a fazer investimentos”, considerou a ministra.
No seu entender, o investimento público “multiplica investimento privado” e “com um cenário maravilhoso como é o rio Douro e as suas escarpas”, esta requalificação vai “qualificar toda a envolvente às termas”.
“Resende - afirmou a ministra - , com os projectos que tem em marcha, que perfazem cerca de sete milhões [de euros] de investimento, muito ligados à regeneração urbana, mas também à regeneração das termas”, estão a criar condições para que “os empresários sintam que podem continuar a investir”, considerou.
O presidente da Câmara Municipal de Resende, Garcez Trindade, apresentou, durante a mesma cerimónia, os vários projetos em andamento, com cerca de um milhão de euros para regeneração urbana, e cerca de seis milhões de euros para o projecto das Caldas de Arêgos, sendo que “praticamente cinco milhões [de euros]” são para o edifício termal.
“Estamos a tentar revolucionar as Caldas de Arêgos, que é um sítio de que as pessoas gostam, com condições naturais fora do vulgar, ao qual acoplámos uma plataforma, que já existe, e já tem alguns equipamentos”, disse o autarca, que falou da piscina ou do posto de abastecimento para as embarcações marítimas.
“É a pérola ter ali um balneário moderno, com as valências todas das terapêuticas das termas, a água é um produto natural que sai a 62 graus, temos uma água fantástica, com propriedades medicinais e que existe há séculos e vamos agora potenciar com a reabilitação e com a formação de uma estância balnear”, explanou.
Garcez Trindade disse ainda que esta estância vai permitir tratamentos em regime de internamento, porque o edifício terá 30 quartos, e terá também, entre outras características, poças no exterior, que permitirão o uso “livre e democrático” pelos cidadãos das águas termais.
No próximo dia 08 de Julho deverá ser conhecido o vencedor do concurso público para a execução da obra do edifício balnear, que terá 24 meses para a concretizar. A restante zona, ao seu redor, ainda está dependente de financiamento, “apesar de a Câmara poder assumir o financiamento”.
Umas termas que remontam à Idade Média
As Termas de Caldas de Arêgos são, desde a Idade Média, uma das melhores opções para a cura de vários males. Já no século XII, a Rainha D. Mafalda criou uma albegaria para tratamento de várias doenças.
Em 1992, através de protocolos que incluíam a construção de vários elementos para a dinamização das Caldas de Arêgos, foi contruído o atual balneário. No entanto, todo o património acabou por ser foi adquirido em hasta pública. Em 2009 o município adquiriu as Termas das Caldas de Aregos e parte importante do seu património, para concretizar a construção dos elementos tidos como fundamentais para a dinamização da Estância Turística e Termal. A Companhia das Águas das Caldas de Aregos E.M, S.A. nasce com o objetivo de impulsionar as dinâmicas necessárias para transformar Caldas de Aregos numa destino atractivo para o investimento privado e para um destino turistico de excelência.
A intervenção agora prevista traduz-se na reabilitação integral do edifício termal, redefinindo o seu programa base de tratamentos termais nas suas cinco tipologias (banhos, duches, vapores, O.R.L. e lamas), modernizando-os e aumentando a diversidade de tratamentos de cada grupo.
Em complemento, será acrescentado o sector de bem-estar/SPA com um conjunto de valências capazes de atrair novos públicos.
Prevê-se, ainda, a criação de novas valências, como piscina exterior, sauna/banho turco, cosmética, espaços de apoio (sala de conferências, cafetaria e esplanada); terraços para estabelecer ligação directa com o Douro; parque exterior terapêutico com poças de água quente, equipamento de manutenção e anfiteatro ao ar livre.
Toda a operação pretende corrigir a integração arquitectónica do edifício na sua envolvente.
O objectivo é transformá-la “na estância termal do Douro” e afirmá-la “como um destino preferencial na área da saúde e bem-estar, diz o autarca de Resende.