
52% dos restaurantes encerrados e 27% dos alojamentos com actividade suspensa
Os dados mais recentes do inquérito mensal da AHRESP, relativo ao mês de Fevereiro, continuam a indicar fortes quebras de facturação, pondo em risco a sobrevivência dos negócios e a manutenção dos postos de trabalho.
Para que tal não aconteça, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal - AHRESP alerta que devem ser rapidamente reforçados os apoios financeiros às tesourarias, bem como a clarificação dos mecanismos de capitalização.
As conclusões do inquérito da AHRESP do mês de fevereiro, que contou com 964 respostas válidas, apresentam os seguintes resultados:
Restauração e Similares:
- 52% das empresas indicam estar com a actividade totalmente encerrada;
- 34% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua actividade;
- Para as empresas inquiridas, a quebra de facturação do mês de Fevereiro foi avassaladora: 83% das empresas registaram perdas acima dos 60%;
- Como consequência da forte redução de facturação, 18% das empresas não conseguiram efectuar o pagamento dos salários em Fevereiro e 14% só o fez parcialmente;
- Perante esta realidade, 38% das empresas já efectuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 19% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. 11% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de Março;
Alojamento Turístico:
- 27% das empresas indicam estar com a actividade suspensa;
- Em Fevereiro, 56% não registou qualquer ocupação, e 27% indicou uma ocupação até 10%. Para o mês de março, 53% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e 24% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%;
- 16% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua actividade;
- Para as empresas inquiridas, a quebra de facturação do mês de Fevereiro foi devastadora: 57% das empresas registaram perdas acima dos 90%;
- Como consequência da forte redução de faturação, 32% das empresas não conseguiram efectuar pagamento de salários em Fevereiro e 8% só o fez parcialmente;
- Ao nível do emprego, 30% das empresas já efectuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 36% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. 5% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de Março.
Perante estes números, a AHRESP apela uma vez mais, "que é absolutamente necessário que os apoios financeiros cheguem de forma urgente às empresas".
E considera não menos relevante "a necessidade de se conhecer, com urgência, as condições que serão apresentadas no Plano de Desconfinamento, permitindo às empresas a organização e preparação atempada da retoma das suas atividades, em completa segurança".