
Sete projectos vencem o Prémio Aga Khan para a Arquitectura 2025
Iniciativas do Bangladesh à Palestina mostram como a arquitectura pode impulsionar resiliência, pluralismo e sustentabilidade.
O Prémio Aga Khan para a Arquitectura distinguiu esta terça-feira sete projectos inovadores que demonstram como a arquitectura pode ser motor de transformação social, diálogo cultural e resposta às alterações climáticas. Os vencedores partilham um prémio de 1 milhão de dólares, um dos mais prestigiados e valiosos da disciplina.
Seleccionados por um grande júri independente no âmbito do 16.º ciclo (2023-2025), já que o prémio é atribuído de três em três anos, os projectos vencedores vão da habitação sustentável em comunidades vulneráveis à revitalização urbana e à promoção de novas economias locais.
Os sete vencedores do Prémio Aga Khan 2025
Bangladesh – Khudi Bari, projectado pela Marina Tabassum Arquitetos: casas modulares de bambu e aço para comunidades deslocadas por alterações climáticas.
China – Centro Comunitário West Wusutu Village, Hohhot: espaço social e cultural feito com tijolos recuperados, servindo uma comunidade multiétnica.
Egipto – Requalificação da Esna Histórica, pelo atelier Takween ICD: revitalização urbana que alia património, turismo e iniciativas socioeconómicas.
Irão – Complexo Majara, na Ilha de Ormuz, da ZAV Arquitectos: conjunto de cúpulas coloridas que promovem turismo sustentável; e Jahad Metro Plaza, em Teerão, pelo KA Atelier: estação degradada transformada em polo urbano vibrante.
Paquistão – Vision Pakistan, Islamabad, da DB Studios: edifício educativo com fachadas inspiradas no artesanato local, destinado a capacitar jovens desfavorecidos.
Palestina – Wonder Cabinet, em Belém, projectado pela AAU Anastas: centro cultural e artesanal sem fins lucrativos construído com mão de obra local.
A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar a 15 de setembro, na Filarmónica Nacional Toktogul Satylganov, em Bishkek, capital da República do Quirguistão, na Ásia Central.
Um prémio com missão global
Criado em 1977 pelo Príncipe Karim Aga Khan IV, o prémio valoriza projectos que conciliem qualidade arquitectónica, impacto social e sensibilidade cultural, em contextos onde os Muçulmanos têm presença significativa. Ao longo de 16 ciclos, já distinguiu 136 projectos e analisou quase 10 mil propostas.
“O objetivo é inspirar gerações a construir com cuidado ambiental, conhecimento e empatia. A arquitectura tem de se envolver na crise climática, melhorar a educação e alimentar a nossa humanidade partilhada”, afirmou o Príncipe Rahim Aga Khan, presidente do Comité Directivo do AKAA.
Para o director do prémio, Farrokh Derakhshani, estes projectos “plantam sementes de esperança, mostrando como o design pode unir comunidades e criar futuros mais dignos e resilientes”.