
Construção
Sector da construção reforçou a sua presença no tecido empresarial português
O sector da Construção reforçou a sua presença no tecido empresarial português, representando 7,3% das empresas não financeiras e 6,9% do Volume de Negócios (VVN), revela o INE.
De acordo com as Estatísticas da Construção e Habitação - Empresas do Instituto Nacional de Estatística - INE, para o ano de 2024, o emprego manteve a trajectória de crescimento, atingindo 460,4 mil trabalhadores (+7,0%). O volume de negócios aumentou para 39,1 mil milhões de euros (+10,2%) enquanto o VAB alcançou 13,0 mil milhões de euros (+12,8%). O número de empresas subiu para 114,4 mil (+6,1%).
Nas empresas de maior dimensão, com 20 e mais pessoas ao serviço, o valor dos trabalhos realizados atingiu 20,0 mil milhões de euros em 2024, o nível mais elevado desde 2011, traduzindo um crescimento homólogo de 10,9%.
A actividade concentrou-se sobretudo nas obras em edifícios, que representaram 63,6% do total e cresceram 17,9%, destacando-se os edifícios residenciais (+30,7%).
Já a engenharia civil registou uma evolução mais moderada (+0,4%). No conjunto, estas empresas continuaram a evidenciar um forte dinamismo sustentado principalmente pelas obras em edifícios, em particularmente no segmento residencial.
No ano em análise, como já referido, o sector da Construção apresentou um número médio de pessoal ao serviço por empresa superior ao observado no conjunto das empresas não financeiras, (4,0 trabalhadores nas empresas de Construção, o mesmo que em 2023, face a 3,1 trabalhadores, em média, na globalidade das empresas não financeiras, também sem variação face a 2023). O VVN médio por empresa de Construção foi de 342,0 mil euros em 2024 (329,2 mil euros em 2023), abaixo do valor médio registado pelo total das empresas não financeiras (362,4 mil euros em 2024 e 364,4 mil euros em 2023).
Em 2024, o sector da construção registou 114,4 mil empresas, o que corresponde a um aumento de 6,1% face a 2023 (107,9 mil; +5,3% face a 2022). O sector empregou 460,4 mil trabalhadores, mais 7,0% do que no ano anterior (430,4 mil; +7,9% em 2023). As remunerações atingiram 6,7 mil milhões de euros em 2024, traduzindo um acréscimo de 12,5% face a 2023 (5,99 mil milhões de euros; +14,2% no ano anterior).
O Volume de Negócios ascendeu a 39,1 mil milhões de euros, uma variação de +10,2% relativamente a 2023 (35,5 mil milhões de euros; +11,1% em 2023). O Valor Acrescentado Bruto (VAB) totalizou 13,0 mil milhões de euros, representando um crescimento de 12,8% face ao ano anterior (11,5 mil milhões de euros; +17,4% em 2023).
O INE indica ainda que em 2024, o sector da construção permaneceu maioritariamente composto por sociedades, que representaram 51,7% do total de empresas (51,9% em 2023). As empresas individuais corresponderam a 48,3%, praticamente em linha com os dois anos anteriores. A proporção de pessoal ao serviço afeta às sociedades voltou a aumentar, passando de 86,5% em 2023 para 86,7% em 2024. Em sentido contrário, as empresas individuais perderam peso no emprego do setor, descendo de 13,5% em 2023 para 13,3% em 2024. No que respeita ao Volume de Negócios, a estrutura manteve-se fortemente concentrada nas sociedades, responsáveis por 96,7% do total (96,6% em 2023). As empresas individuais representaram 3,3% do VVN, reforçando ligeiramente a tendência de perda gradual de importância relativa (3,4% em 2023).
No período de 2011 a 2024, a evolução dos principais indicadores caraterizadores das empresas do sector da construção revelou um comportamento globalmente positivo. Observou-se um aumento no número de empresas (+16,8%) e um acréscimo no pessoal ao serviço (+14,1%). Em termos financeiros, os indicadores registaram crescimentos particularmente expressivos, destacando-se o volume de negócios (+34,4%) e o Valor Acrescentado Bruto (+73,2%).
Considerando o conjunto das empresas de Construção, o Valor dos Trabalhos Realizados totalizou 34,3 mil milhões de euros em 2024, destacando-se as obras em edifícios, que representaram 73,3% da atividade. Dentro deste segmento, o valor dos trabalhos em edifícios residenciais correspondeu a 43,6% do total e aumentou 16,0% face a 2023, enquanto o dos edifícios não residenciais, com um peso relativo de 29,7%, registaram um crescimento de 5,1%.
O valor dos trabalhos realizados em obras de engenharia civil, que representou 26,7% da actividade, apresentou variações distintas face a 2023. As infraestruturas de transportes, barragens e sistemas de irrigação diminuíram 0,4%, enquanto as condutas, linhas de comunicação e de transporte de energia aumentaram 1,0%. As instalações e construções em zonas industriais registaram a maior redução (-15,2%), ao passo que as outras obras de engenharia civil aumentaram 5,0% relativamente ao ano precedente.
No período de 2011 a 2024 observa-se uma evolução diferenciada entre os vários tipos de obras realizadas pelas empresas de construção com 20 e mais pessoas ao serviço. Os edifícios residenciais apresentam o crescimento mais expressivo do conjunto analisado: após uma redução até 2014, o índice aumentou de forma contínua a partir de 2016, atingindo 284,2 em 2024, mais do triplicando o nível de 2011. Também os edifícios não residenciais registaram uma trajetória de recuperação, embora mais moderada, situando-se em 112,1 em 2024, acima do valor de referência, mas longe do dinamismo observado no segmento residencial.
Entre os componentes da engenharia civil, o comportamento é mais heterogéneo. As infraestruturas de transportes, barragens e sistemas de irrigação evidenciaram uma diminuição acentuada ao longo do período, atingindo 50,0 em 2024, metade do valor inicial. As outras obras de engenharia civil apresentam igualmente uma tendência descendente, com o índice a situar-se em 38,1 em 2024. Em contraste, as condutas, linhas de comunicação e de transporte de energia registaram um crescimento significativo desde meados da década, alcançando 168,5 em 2024. O segmento das instalações e construções em zonas industriais revela forte variabilidade, destacando-se os valores muito acima da base 100, com um máximo em 2023 e um índice de 392,3 em 2024, permanecendo largamente acima dos níveis de 2011.
No conjunto, os trabalhos associados a edifícios, sobretudo residenciais, reforçaram significativamente o seu peso relativo ao longo do período, enquanto parte importante da engenharia civil registou reduções ou padrões irregulares.












