Rendas voltam a subir em Outubro mas preços de venda estabilizam
O valor da renda média passa a fixar-se em 1.258 euros, um valor aproximado aos registados no 2º trimestre deste ano. Leiria, Vila Real e Évora são os distritos com maior aumento do valor de arrendamento, em Outubro.
De acordo com o Barómetro Imovirtual / ComparaJá, o valor médio dos imóveis para arrendar volta a subir +5,4% de Setembro para Outubro, depois de uma queda de -15,4% no mês anterior, fixando-se agora em 1.258 euros (em comparação com 1.194 euros em Setembro). Em relação ao ano anterior, quando a renda média se fixava nos 1.020 euros, há um aumento de +23,3% (cerca de 240 euros mais cara).
Distritos em destaque:
● Leiria (+18,8%), Vila Real (+18,7) e Évora (+17,8%) são os distritos com maior aumento do valor médio de renda em outubro, com as rendas a fixarem-se nos 747€, 553€ e 913€, respetivamente.
● Apesar da subida ou estabilização geral das rendas, os distritos com a maior diminuição do valor médio de arrendamento em outubro, face ao mês anterior, foram Setúbal (-2,6%), que desce de 1.080€ para 1.052€, e Santarém (-1,5%), que desce de 672 euros para 662 euros.
● Em comparação com o período homólogo de 2021, arrendar casa ficou mais caro sobretudo em Évora, onde o valor aumenta substancialmente +58% (de 578 euros para 913 euros), e em Castelo Branco, com um aumento relevante de +50% (de 397 euros para 599 euros).
● Os únicos distritos que registaram uma diminuição do preço médio de arrendamento em outubro, comparativamente com o mesmo mês do ano passado, foram Portalegre com -4,8% (de 420€ para 400 euros) e Bragança com -4,6% (de 453€ para 432 euros).
● Portalegre (400 uros), Bragança (432 euros) e Guarda (484 euros) foram os distritos mais baratos para arrendar em outubro. Lisboa (1.809 euros), Porto (1.161 euros), Madeira (1.118 euros) e Setúbal (1.052 euros) foram os mais caros.
Quanto à venda, o preço médio de venda anunciado manteve-se estável em Outubro (+0,2%), face a setembro, passando de 404.773 euros para 405.451 euros. Em comparação com o período homólogo de 2021, que registava um valor médio de venda de 368.011 euros, há um aumento de +10,2%, com as casas a ficar cerca de 37 mil euros mais caras.
Distritos em destaque:
● O distrito com o maior aumento do preço médio de venda em outubro, face a setembro, foi a Guarda (+21,5%), que sobe de 106.921€ para 129.958€. Na generalidade, os restantes distritos mantêm uma relativa estabilização.
● O distrito com a maior quebra valor médio de venda em outubro, face ao mês anterior, foi Castelo Branco (-4%), com uma descida de preço de 127.543€ para 122.456€.
● Comparativamente com outubro do ano passado, os distritos com maior aumento do preço de venda são novamente a Região Autónoma da Madeira (+25%), que passa de 378.270€ para 472.753€, e Setúbal (+21%), que passa de 315.596€ para 381.731€
● Bragança volta a ser o distrito com a maior quebra do preço médio de venda face a outubro de 2021 (-31,8%), com o valor a descer de 220.350€ para 150.187€.
● Portalegre (116.657€), Castelo Branco (122.456€) e Guarda (129.958€) foram os distritos mais baratos para comprar casa em outubro. Os mais caros foram Lisboa (638.657€), Faro (574.924€) e Região Autónoma da Madeira (472.753€).
DADOS DE MERCADO
- De acordo com os dados do ComparaJá relativos às taxas de juro, em outubro de 2022 a TAEG média fixou-se em 3,28% e o Spread médio em 0,89%.
- Apesar da TAEG mais que duplicar em relação a outubro de 2021, quando se fixava em 1,61%, o Spread baixa ligeiramente face ao mesmo mês do ano passado, quando era de 1,01%.
“No que diz respeito ao arrendamento, os valores baixaram de forma significativa em setembro, de forma que esta subida que agora verificamos é um reajuste do mercado, que se aproxima dos preços verificados no 2º trimestre deste ano. Continua a existir forte procura por arrendamento, sobretudo numa fase em que as pessoas se deparam com uma realidade de inflação e aumento de taxas de crédito habitação que podem retrair a compra, o que aliado a pressão na oferta disponível permite manter os preços elevados”, comenta Ricardo Feferbaum, diretor geral do Imovirtual.
João Melo, diretor de crédito habitação do ComparaJá, analisa que “apesar de haver uma ligeira descida nos Spreads médios contratados - que ronda os 0,12%, assistiu-se também a um acentuado aumento da TAEG, sendo que em apenas um ano esta taxa mais do que duplicou. Apesar de a atual situação económica financeira ser complicada devido ao constante aumento das taxas de euribor, existe um factor positivo que tem, de certa forma, aligeirado esta situação. Os bancos estão atentos a esta situação, e às dificuldades que a mesma acaba por trazer aos portugueses, e têm reduzido os Spreads de forma a facilitar o crédito e a compra de casa”.