Preços da habitação estão a baixar na Alemanha e países nórdicos
Os preços da habitação aumentaram 0,4% na área do euro e 0,8% na União Europeia no primeiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo trimestre de 2022. No entanto, em países importantes como a Alemanha, Suécia, Dinamarca e Finlândia as quedas já são manifestas, reflectindo o aumento das taxas de juro - os dados são revelados pelo Índice de Peços da Habitação monitorizado pelo Eurostat.
Na Europa, o caso mais paradigmático de quebra no mercado vem da Alemanha, o maior mercado imobiliário europeu, e da Suécia, países em que os preços do imobiliário estão a cair desde o ano passado. O agravamento da tendência é também sentido nos países nórdicos, mas a queda de preços é transversal a boa parte dos países europeus.
Entre os Estados-Membros para os quais existem dados disponíveis, refere o Eurostat, “seis registaram uma diminuição anual dos preços da habitação no primeiro trimestre de 2023. Os aumentos mais elevados foram registados na Croácia (+14,0%), na Lituânia (+13,1%) e na Bulgária (+9,5%). ), enquanto os preços caíram na Suécia (-6,9 %), Alemanha (-6,8 %), Dinamarca (-6,2 %), Finlândia (-5,1 %), Luxemburgo (-1,5 %) e Países Baixos (-0,1 %).
Em comparação com o trimestre anterior - o último trimestre de 2022 - , os preços diminuíram em onze Estados-Membros. Os aumentos mais elevados foram registados na Dinamarca (+2,5%), na Hungria (+2,2%), bem como na Croácia e em Chipre (ambos +2,0%). As maiores quedas registaram-se no Luxemburgo (-4,1%), Alemanha (-3,1%) e Finlândia (-1,8%). Portugal registou um aumento de +8,7% no primeiro trimestre do ano relativamente a igual período de 2022 e um aumento de + 1,3 face ao último trimestre do ano passado.
Outro dado de preocupação que nos chega da Alemanha, país motor por excelência da União Europeia, tem a ver com a quebra acentuada de licenças emitidas para nova construção habitacional. Apenas 135.000 licenças de construção de apartamentos foram aprovadas na Alemanha durante o primeiro semestre de 2023, uma queda de 27,2% em relação ao mesmo período de 2022. A queda foi ainda mais acentuada em Junho transacto, com 28,5% menos licenças emitidas para apartamentos, totalizando 21.800.
Os declínios para residências unifamiliares e bifamiliares foram ainda mais acentuados, com queda de 35% e 53%.
A Alemanha é a maior economia da Europa e o maior mercado de investimentos imobiliários do continente. O sector imobiliário é responsável por cerca de um quinto de sua produção económica e um em cada dez empregos.