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Habitação by century 21

Lisboa

Preço global da habitação abranda, mas Lisboa continua a subir, à frente de Nova Iorque ou Berlim

3 de setembro de 2024

O crescimento global dos preços no mercado imobiliário nas 44 cidades analisadas pela imobiliária Knight Frank, da qual a portuguesa Quintela + Penalva é parceira desde 2021, abrandou dos 4,1% registados no primeiro trimestre de 2024 para 2,6% no segundo trimestre de 2024.

O relatório indica que a taxa de crescimento regista valores muito abaixo da média de longo prazo de 5,3%, reflectindo a necessidade de ter taxas mais baixas, antes de estas poderem voltar a disparar.

Em sentido contrário, Lisboa apresenta uma melhoria acima da média, registando a segunda maior diferença do 1º trimestre para o 2º trimestre, apenas atrás de Estocolmo, que está no topo do pódio em termos de crescimento.

Já se olharmos para o crescimento dos preços nos últimos três meses, as casas em Lisboa têm uma subida de preço maior do que Madrid, Mónaco, Miami ou Zurique. E apenas sobem menos do que Tóquio, Manilla, Seul ou São Francisco.


Estes dados constam do Prime Global Cities Index, o mais recente relatório de análise de mercados imobiliários da Knight Frank, que identifica ainda um abrandamento da taxa de crescimento dos preços, a aumentarem apenas 2,6% nos últimos 12 meses que antecedem o final de junho de 2024.

Segundo o Prime Global Cities Index, os mercados imobiliários mundiais registaram um declínio acentuado do crescimento no final de 2022 e no início de 2023, com a subida das taxas de juro a aumentar os custos das hipotecas. Com o crescimento dos lucros a superar os preços da habitação e com a oferta de stock para venda na maioria dos mercados de primeira linha a ficar aquém da procura, os preços começaram a subir novamente a partir de meados de 2023.

O abrandamento do crescimento neste trimestre sugere a necessidade de existir um maior fluxo de taxas de juro mais baixas para que os preços possam, consequentemente, voltar a subir.

O número de mercados com descidas anuais de preços aumentou de 18% no 4.º trimestre de 2023 para 25% no 2.º trimestre deste ano.

No entanto, um maior impacto no crescimento médio global pode gerar o abrandamento do número de mercados com elevadas taxas de crescimento. No primeiro trimestre, 32% dos mercados registaram um aumento anual dos preços superior a 5%; no segundo trimestre, este valor desceu para 13%.

O crescimento anual de Madrid caiu de 17,2% no primeiro trimestre para 6,4% neste trimestre, registando uma diferença de -10,8%. Mais dramaticamente, o Dubai abrandou de um crescimento de 15,9% para um declínio de 0,3% no mesmo período, registando uma diferença de -16,2%.

Após um aumento de 124% desde o início de 2020, o Dubai abranda a fundo. Porém, Miami, outra cidade que registava valores significativos na era Covid, com um aumento de 77% desde o início de 2020, está a subir novamente na classificação, com os preços a subirem quase 8% nos últimos 12 meses.

Em termos de aceleração do mercado, a Europa, que recentemente ficou atrás de outras regiões do mundo em termos de aumento dos preços, regista agora um crescimento. Seis dos 10 mercados que registam as melhorias mais acentuadas situam-se na Europa, lideradas por Estocolmo. Embora os preços ainda estejam a descer 2,6% ao ano, trata-se de uma melhoria acentuada em relação aos -6% registados no último trimestre.

Na perspectiva de Francisco Quintela, CEO da Quintela + Penalva, parceiro em Portugal da Knight Frank, “este crescimento dos preços na cidade de Lisboa mostra que o mercado nacional continua a ser atractivo para investimentos estrageiros, e que a nossa estabilidade económica dá sinais positivos sobre o mercado”.


“O abrandamento do crescimento dos preços neste trimestre nos mercados prime reflecte o facto de que, sem mais estímulos provenientes de cortes nas taxas, o aumento dos preços de mercado a que assistimos nos últimos trimestres está a perder força. A maior influência no crescimento futuro dos preços está nas mãos dos bancos centrais e na sua confiança em reduzir ainda mais as taxas nos próximos 12 meses”. Já Lisboa, acrescenta, “continua a mostrar ser muito atractiva para os investidores. A estabilidade económica e social também dá garantias internacionais, enquanto a qualidade do produto também atrai cada vez mais investidores internacionais”, indica Liam Bailey, diretor global de research da Knight Frank.