Preço do m2 no Alentejo superou Centro e Norte
O Alentejo foi a região do País onde a subida atingiu novos máximos com o preço por m2 a atingir os 2.700 euros, o que se traduz num crescimento de 55% no primeiro semestre de 2022 face a 2021, revela a Imovendo, numa análise por regiões concluída este mês.
Logo a seguir ao Alentejo surge a zona Centro, onde o preço do m2 dos imóveis para venda atingiu os 1.700 euros, +17% face ao 1º semestre de 2021, enquanto na zona Norte esse valor se situou nos 1.400 euros, +13%.
A consultora, que actua no ramo imobiliário e na sua mediação, informa que as vendas do semestre aumentaram 10% e que o cenário de subida do preço do m2 se verifica devido à diminuição de imóveis disponíveis (-14% face a 2021).
No que diz respeito ao preço por m2 dos imóveis vendidos, o cenário de crescimento repetiu-se nas três zonas em análise, ainda que com número mais modestos: +15% no Alentejo (€1.300 para 1.500 euros), +18% no centro (1.100 euros para 1.350 euros) e de +15% no Norte (1.000 euros para 1.200 euros).
"Comparando o valor do m2 do lado da oferta com o preço por m2 dos imóveis vendidos, verifica-se que, com exceção do Norte do país, os imóveis são vendidos por um valor consideravelmente mais baixo", alerta Nélio Leão, CEO da Imovendo.
Segundo a consultora, as zonas Norte, Centro e Alentejo representam 40% do total de imóveis vendidos no país e, nestas zonas, a tipologia mais procurada é a moradia T3, cujo crescimento na procura foi de 14%, de 10 mil para 12 mil imóveis.
Preços: Diferença entre Litoral e Interior
Apesar do aumento de preços, viver fora dos grandes centros urbanos continua a compensar, pois uma moradia T3 com 160 m2 custa em Lisboa entre €650K e €1,1M, enquanto em Évora, uma moradia semelhante situa-se entre os €200K e os €300K.
Dos distritos do interior, a Imovendo destaca Évora e Beja como os mais caros, onde o m2 custa entre 1.135 euros e 1.030 euros, respectivamente, enquanto que os mais baratos são Bragança e Viseu, com valores de 795 euros e 851, respectivamente.
Todavia, revela a análise, Santarém, ocupa o primeiro lugar dos distritos do interior com mais procura, tendo sido vendidos nos primeiros seis meses do ano 3.046 imóveis, +7% face a 2021, mas Évora esteve também em destaque com vendas de 1.695 fogos (+ 8%).
"O crescimento em Santarém pode justificar-se pela proximidade a Lisboa, o que influencia também a escolha, mas também porque é o distrito do interior com mais oferta", reforça o mesmo responsável.
Já mais a norte, Viseu apresentou-se com 1.239 casas para vender no mesmo período e. no leque dos distritos com menos oferta encontramos Bragança e Guarda com apenas 210 imóveis para venda no mesmo período.
"O investimento imobiliário apenas chegará às zonas mais interiores e rurais caso sejam tomadas medidas de desenvolvimento para as mesmas, ou seja, são necessários incentivos fiscais para que as empresas se deslocalizem para o interior, mais condições para que os nómadas digitais possam considerar o interior como uma opção válida", conclui Nélio Leão.