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Habitação by century 21

 

Preço das casas em Portugal cresceu quase 8% nos últimos 12 meses

9 de outubro de 2023

Nos últimos 12 meses, os preços das casas aumentaram 7,9% no mercado português, sendo que o crescimento se verificou também a seis e a três meses (4,1% e 2,4%, respectivamente), indica o Global House Price Index da Knight Frank, parceira da portuguesa Quintela+Penalva desde 2021, que analisou o comportamento de 56 mercados neste segundo trimestre – Portugal figura no 14.º lugar da lista.

O relatório mostra também que o crescimento anual dos preços mundiais da habitação aumentou ligeiramente, de 2,9% no primeiro trimestre de 2023 para 3% no segundo trimestre de 2023. Ainda que, quase quatro em cada dez mercados, tenham visto os preços cair no ano passado, apenas cerca de um terço viu declínios nos últimos três meses, apontando para uma modesta melhoria das condições do mercado mundial no que ao imobiliário diz respeito.

“O aumento das taxas de juro, desde 2022, nas maiores economias do mundo, teve impacto nos preços, no volume de transações e também na liquidez do mercado imobiliário. No entanto, e num cenário geral, Portugal continua com taxas de crescimento positivas a 1 ano, 6 e 3 meses. Numa análise a 56 mercados, Portugal está em 14.º lugar, reflectindo o interesse que o nosso País continua a ter no radar dos investidores internacionais, não obstante a incerteza gerada pelo pacote Mais habitação, nomeadamente no que diz respeito ao investidor de buy-to-rent e ao investidor tradicional/promotor”, salienta Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela + Penalva.

“Portugal continua a ter um bom desempenho em comparação com outros países do Sul da Europa. O baixo custo de vida, as infraestruturas melhoradas, a fácil acessibilidade e as vantagens fiscais da residência continuam a suscitar o interesse do Norte da Europa, das Américas e de partes do Médio Oriente. A grande mudança nos últimos anos tem sido a procura de famílias que se mudam de forma integral para procurar uma melhor qualidade de vida, em vez do tradicional comprador de casas de férias que ditou o desempenho do mercado em anos passados”, destaca Alex Koch de Gooreynd, responsável pelos mercados suíço, austríaco e português na Knight Frank.

Segundo o mais recente relatório, os mercados da habitação em todo o mundo sentiram o impacto da mudança tendo em conta as taxas de juro mais elevadas, com a taxa média anual de crescimento nos 56 mercados analisados a cair de um pico recente de 10,9% no primeiro trimestre de 2022 para a leitura mais recente de 3,0% no segundo trimestre deste ano.

Existem, no entanto, sinais emergentes de estabilização das condições de mercado à medida que os mercados sentem que as taxas máximas de juro se aproximam. As fortes tendências demográficas nos principais mercados, o limitado stock de casas para venda e os atrasos significativos nos novos projectos de construção estão a proporcionar um apoio estrutural aos preços - especialmente em mercados como a Austrália, os EUA e o Canadá - que registaram um crescimento dos preços de 2,9%, 3,7% e 6,1% no último trimestre.

"A rápida aproximação das taxas máximas está a coincidir com uma ligeira melhoria das condições do mercado imobiliário em alguns dos principais mercados mundiais. É provável que as perspectivas a médio prazo para os mercados imobiliários sejam dominadas por uma oferta reduzida e uma forte procura, o que contribuirá para aumentar as pressões sobre os preços a partir de finais de 2024 e posteriormente", salienta Liam Bailey, director mundial de estudos da Knight Frank.

Turquia lidera o top 5 dos países com maior crescimento anual

Na lista dos países que lideram o índice de crescimento anual da Knight Frank está em primeiro lugar a Turquia, com um crescimento de 96%, com preços nominais impulsionados por fortes pressões inflacionistas subjacentes. Segue-se a Lituânia (15,3%), com o canto sudeste da Europa a dominar os restantes cinco primeiros lugares da nossa classificação - com a Croácia (14,0%), a Grécia (14,0%) e a Macedónia do Norte (12,9).

Por sua vez, a Coreia do Sul, a Suécia, a Finlândia, a Nova Zelândia e Hong Kong estão actualmente a registar as quedas – com descidas entre os 12,8% e 8,7% nos últimos 12 meses. No entanto, neste extremo da classificação, apenas a Suécia registou uma queda dos preços no período trimestral mais recente.

Os preços das casas caíram substancialmente desde os seus picos nalguns países do G20, incluindo a Suécia, a Coreia do Sul e a Alemanha, e o investimento na habitação diminuiu acentuadamente, especialmente nos EUA e no Canadá.

A taxa média de crescimento de 3% registada neste trimestre é ainda a taxa mais baixa desde o terceiro trimestre de 2015, quando os mercados europeus ainda estavam a recuperar da crise da dívida europeia.

Embora seja necessário algum tempo para que o crescimento dos preços da habitação regresse à sua tendência, as perspetivas a médio prazo para os mercados imobiliários apontam para a continuação das pressões sobre os preços. Uma das consequências das taxas de juro mais elevadas tem sido um declínio generalizado da atividade de investimento na maioria das economias, e do investimento na habitação em particular.