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Portugal lidera crescimento das vendas a retalho  na Europa em 2025

 

Portugal lidera crescimento das vendas a retalho na Europa em 2025

10 de dezembro de 2025

Portugal deverá registar, em 2025, o maior crescimento das vendas a retalho na Europa, com uma subida projetada de 4,8%, segundo o European Retail Report 2025 da Savills. O desempenho nacional supera o do Luxemburgo (4,4%) e da Chéquia (4,1%), confirmando a dinâmica positiva do mercado português num contexto europeu de recuperação gradual.

O estudo da consultora aponta para uma retoma progressiva das vendas do comércio a retalho na Europa, apoiada pela descida da inflação e pela manutenção de níveis de poupança elevados, apesar de uma conjuntura internacional ainda incerta.

Após cinco anos marcados pelos efeitos da pandemia e por um crescimento médio de apenas 0,8%, a Savills estima uma expansão média real do retalho europeu de 2% em 2025, seguida de 1,7% em 2026 e 1,9% em 2027 – valores próximos dos níveis pré‑pandemia, num ambiente de maior estabilidade, mas com consumidores mais seletivos e focados na relação qualidade‑preço.

Até 2030, o crescimento médio das vendas no comércio a retalho na Europa deverá situar-se em torno dos 1,8% ao ano, o que reflecte a passagem para um novo normal de expansão mais moderada, mas sustentável.

Portugal destaca-se pela resiliência do consumo interno, dinamismo turístico e melhoria do rendimento disponível, somando factores como a atractividade crescente das cidades e a oferta qualificada no retalho.
Em contraste, as maiores economias da Europa Ocidental mantêm trajectórias mais contidas: Alemanha (2,7%), França (2,3%) e Reino Unido (0,8%), enquanto Itália deverá registar ligeira contração de -0,1%.

"Como tem sido recorrente nos últimos anos, o turismo é um dos principais motores de crescimento do sector de Retalho em Portugal. Este estudo demonstra ainda que as alterações socio-demográficas, em curso na Europa, terão um impacto directo na actividade comercial, e serão determinantes para o aparecimento de novos conceitos e formatos de retalho", salienta José Galvão, Head of Retail da Savills Portugal.

Apesar da prevista redução da população europeia a partir de 2028, com uma perda líquida estimada em cerca de seis milhões de residentes até 2050, o impacto demográfico no retalho está longe de ser linear. A Savills
indica que a subida do rendimento per capita e a acumulação de riqueza funcionam como amortecedores, sustentando as vendas nos principais mercados urbanos da Europa.

O estudo destaca ainda o peso do turismo no desempenho do retalho europeu. A Europa mantém‑se como principal destino turístico mundial - com 750 milhões de chegadas em 2023, e mais de 500 mil milhões de euros em despesa - e as projecções para 2025 apontam para um aumento de 8% nas entradas de estrangeiros, o que se traduz em mais tráfego e mais vendas nas principais zonas comerciais das cidades europeias.

As rendas prime na Europa continuam a subir, com uma valorização média de 8% desde 2022. Nas principais ruas comerciais, os segmentos de luxo

lideram com aumentos de cerca de 14%, o mass market aproxima‑se dos 9% e, nos centros comerciais e retail parks, os valores crescem em torno de 4%. Só no último ano, as rendas em highstreet cresceram 2,5%, nos centros comerciais 1,8% e nos retail parks 0,5%.​

No investimento, o retalho volta a ganhar peso face a outros sectores, com volumes estimados em cerca de 35,5 mil milhões de euros em 2025, mais 5% do que em 2024. Os retail parks lideram em número de transações, seguidos dos centros comerciais, enquanto as localizações prime registam menos operações, condicionadas pela escassez de ativos disponíveis.​

As grandes cidades europeias mantêm-se como plataformas privilegiadas para a expansão de retalhistas globais, com Londres, Paris, Milão, Madrid e Amesterdão entre os principais destinos. O estudo identifica ainda uma nova vaga de marcas internacionais, sobretudo nos segmentos de desporto e athleisure, saúde e beleza, restauração e lazer, apoiada pela forte captação de capital dos últimos anos.​

Nos próximos cinco anos, a oferta limitada de novo stock deverá reforçar o foco na requalificação e otimização de activos existentes, na flexibilidade de usos e na integração de critérios ESG, tanto do lado dos ocupantes como dos investidores.