Portugal é o país da Europa no qual se estima um maior aumento de transacções em 2025

Entre 19 países europeus inquiridos, o ERA Europe Market Survey 2024/2025 revela que Portugal é onde se espera um maior crescimento das transacções com base no dinamismo do mercado e nas melhores condições de financiamento.

A previsão é feita com base no dinamismo verificado no mercado e nas melhores condições de financiamento disponíveis – os dados do INE relativos ao primeiro trimestre de 2025, divulgados ontem, confirmam esta tendência, com 24,9% de aumento de transações em comparação com o período homólogo.

O estudo demonstra que, em 2024, Portugal obteve o quarto maior crescimento de transacções no sector imobiliário. O aumento de +14,5% em Portugal é apenas superado pela Turquia (+20%), República Checa (+43%) e Luxemburgo (+48%). Por outro lado, França, Áustria e Irlanda evidenciaram uma quebra nas transações em 2024, sobretudo devido à escassez de oferta - que se deve manter ao longo de 2025.

No entanto, o valor do metro quadrado em Portugal está bastante abaixo da média (3 558 euros), e o valor médio do metro quadrado em Portugal foi de 1 777 euros em 2024. Os cinco mercados europeus mais caros da Europa são a Suíça (11 400 euros), Luxemburgo (8 488 euros), Países Baixos (4 445 euros), Áustria (3 560 euros) e França (3 217 euros).

Em média, 75% da população da UE reside em áreas urbanas, e esta proporção tem vindo a aumentar de forma constante na maioria dos países — uma tendência que continua a exercer uma pressão sistemática sobre os preços da habitação. O estudo destaca Lisboa como parte desta tendência, com valor de metro quadrado de 4 340 euros, em linha com cidades como Praga (4 555 euros) e Viena (4 184 euros), e mais caro que Roma (3 200 euros), Madrid (3 805 euros) ou Bruxelas (3 337 euros). As cidades com o metro quadrado mais caro são Berna (15 000 euros), Luxemburgo (12 462 euros) e Paris (9 557 euros).

Numa perspectiva macro, o ERA Europe Market Survey 2024/2025 aponta as principais tendências no mercado europeu:

• Regresso dos compradores: A melhoria das condições das taxas de juro e os incentivos fiscais trouxeram os compradores de volta ao mercado, especialmente na segunda metade de 2024. Em alguns contextos, a indexação salarial ou o crescimento dos salários ajustado à inflação ajudaram a estabilizar o poder de compra das famílias, apoiando indirectamente a confiança dos compradores;
• Primeira casa: Aumentou em várias regiões as transações da primeira casa, especialmente onde iniciativas governamentais priorizaram o acesso à habitação para os agregados familiares mais jovens, como em Portugal;
• Desaceleração da construção nova: Custos elevados, atrasos regulamentares e constrangimentos no fornecimento de materiais continuaram a limitar o crescimento da oferta, tornando o stock disponível um ponto de pressão em toda a Europa;
• Influência dos compradores estrangeiros: A procura por estrangeiros manteve-se forte, sobretudo em mercados como Espanha, Malta, Montenegro e Portugal.
• Descentralizar: As cidades secundárias e as regiões rurais ganharam alguma atratividade graças às mudanças no estilo de vida pós-pandemia e à melhoria das infraestruturas.

Neste momento de final do primeiro semestre de 2025, a ERA Group partilha a estimativa para o ano no sector imobiliário: em síntese, a previsão é positiva, espera-se um crescimento moderado dos preços na maioria das regiões, com o mercado a ser impulsionado por taxas de juro mais estáveis, incentivos sustentáveis e energéticos, e a utilização crescente de plataformas digitais. No entanto, o acesso à habitação, a oferta disponível e o acesso desigual ao crédito continuam a ser grandes preocupações para a sustentabilidade do sector imobiliário.