Paris quer 40% de "habitação pública" até 2035
O executivo camarário da cidade de Paris, presidido pela socialista Anne Hidalgo, pretende que 40% da oferta de habitação do município seja público, incluindo 30% de habitação social e 10% de habitação intermédia, para jovens e classe média. A medida visa impedir o despovoamento da cidade, que se situa em quase 10 mil parisienses por ano.
Numa cidade onde o preço médio do metro quadrado está próximo dos 10.000 euros e o arrendamento de um apartamento de 50 metros quadrados custa em média 1.200 euros por mês (dados do Observatoire des loyers de l'agglomération parisienne), o abandono da cidade para periferias cada vez mais longínquas é não só uma necessidade como uma inevitabilidade. A Cidade Luz tem vindo a perder quase 10.000 habitantes por ano na última década, de acordo com o INSEE (o INE francês). É com este cenário que a Ville de Paris pretende aumentar a quantidade total de habitação social para 30% até 2030, e promover 10% de "habitação acessível para as classes médias (20% abaixo do preço de mercado).
Segundo Ian Brossat, vereador comunista responsável pela área da habitação em declarações à agência FP, a actual revisão do plano de planeamento urbano local (PLU) que obrigará a integrar uma proporção de habitação em todas as novas construções, incluindo escritórios, ajudará a alcançar aqueles objectivos. "Cada metro quadrado construído em Paris deve permitir-nos fazer habitações adicionais", refere. A presidente do município da capital, Anne Hidalgo, pretende também lançar uma "empresa de habitação social e acessível, especificamente dedicada à transformação de edifícios", cujo papel será "comprar edifícios de escritórios, garagens desactivadas e hotéis para os converter em edifícios de habitação para arrendamento, sejam eles sociais ou acessíveis".