
Pagamentos às empresas da construção com atrasos que podem atingir 200 dias - diz a Intrum
Os pagamentos entre as empresas portuguesas mantêm-se estáveis nos 60 dias, mas na construção registam-se atrasos que podem chegar aos 200 dias, segundo um relatório da Intrum, a empresa especializada em gestão de crédito.
“[…] O prazo médio de pagamento entre empresas portuguesas está estável, com uma média de 60 dias, mas existem sectores de actividade que merecem preocupação”, apontou hoje, em comunicado, a Intrum.
De acordo com o ‘European Payment Report’ de 2025, 14% das empresas portuguesas pagam aos seus fornecedores em entre 21 a 30 dias e 33% entre 51 e 75 dias.
Por sector, o da construção tem um prazo médio de pagamento de 81 dias, ou seja, 34% superior ao da média nacional.
Mais de 30% dos pagamentos neste sector aconteceram com entre 101 a 200 dias de atraso.
No setor das telecomunicações, 44% dos pagamentos acontecem entre 51 e 75 dias e 11% acima dos 100 dias.
No sentido oposto, aparece, por exemplo, o imobiliário, com 67% das empresas a indicarem ter recebido os pagamentos em menos de 50 dias.
O estudo revelou ainda um agravamento da diferença entre os prazos oferecidos pelas empresas e o tempo real de pagamento.
Em média, os consumidores demoram mais 12 dias a pagar do que o prazo contratualizado. No ano passado, demoravam mais nove dias.
No caso das empresas, esta diferença alargou-se de 15 para 18 dias.
“Em Portugal, as empresas estimam que, em média, 10,6% das suas receitas são pagas com atraso. Para mitigar este problema, muitas estão a actualizar os seus sistemas de cobrança, capacitar equipas de contacto com clientes e investir em análise de dados – esforços que visam encurtar os prazos de pagamento e reduzir a disparidade entre o vencimento e o recebimento”, referiu.
O ‘European Payment Report’ 2025 baseia-se nas respostas de 9.150 executivos, 240 em Portugal, de 25 países, de cerca de 15 sectores de atividade.
Lusa/DI