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NOTÍCIA
Arquitectura

Olaias ©Ana Guedes

Open House Lisboa revela as arquitecturas provocadas pelas transições da cidade

12 de março de 2024

Olhando para a transição como o processo que enquadra a mudança, qual o impacto que provoca na arquitectura, expresso em renovações que abarcam diversas funções e valorizam a versatilidade e o hibridismo espacial? Esta é a questão que o Open House Lisboa levanta na sua 13.ª edição, com um programa de visitas e passeios no fim-de-semana de 11 e 12 de Maio, e que ajuda a compreender a complexidade das mudanças em curso na cidade, explorando as continuidades e as rupturas que misturam formas, materiais, métodos, funções e vivências. Ser onde nunca foi, passar a ser, voltar a ser, deixar de ser.

Desvendamos aqui nove espaços que integram o programa de visitas:

O monumental campus do LNEC — Laboratório Nacional de Engenharia Civil que ocupa uma área de 22 hectares, classificado Monumento de Interesse Público.


LNEC ©LNEC

A Capela de Santo Amaro. Desenhada pelo autor do claustro do Convento de Cristo em Tomar, é uma obra renascentista classificada Monumento Nacional.

O Santa Clara 1728. Um palacete do século XVIII reconvertido em hotel pelo arquitecto Manuel Aires Mateus.

O Palácio Sinel de Cordes. Foi casa, embaixada e escola, passando agora a sediar um pólo cultural dedicado à arquitectura, uma livraria e uma cafetaria vegana com um projecto de reabilitação do atelier FSSMGN Arquitectos.

O Centro Ismaili. Situado nas Laranjeiras, é um templo religioso de arquitectura imponente e jardins sumptuosos, da autoria de Frederico Valsassina Arquitectos e Raj Rewal Associates.


Centro-Ismaili ©Sadik-Sikander

Teatro Thalia transformado num espaço multiuso, é reconhecível pelo seu corpo massivo de betão pigmentado de terracota da autoria de Gonçalo Byrne e Barbas Lopes Arquitectos.

O Antigo Hotel Vitória. Actual sede do Partido Comunista Português, é um edifício da autoria do arquitecto Cassiano Branco que conjuga a solidez sóbria do Modernismo com o Art Deco.

Galeria Avenida da Índia — Galerias Municipais, um amplo espaço de carácter industrial recuperado em 2015 pela EGEAC para acolher uma programação de artes visuais (novidade).

O ambicioso Plano de Drenagem de Lisboa com uma visita à escavação do primeiro túnel que liga Monsanto-Santa Apolónia, preparando a cidade para os desafios futuros e das alterações climáticas (novidade).

Este olhar, que alia a perspectiva da arquitectura aos fenómenos sociológicos, propõe visitar uma diversidade de projectos e tipologias, focando a sua capacidade de adaptação. Habitações criadas de raíz para outro fim; edifícios obsoletos com múltiplos destinos possíveis; novos conjuntos habitacionais construídos em vazios urbanos centrais; edifícios e equipamentos públicos reabilitados para novas actividades; ou ainda conventos, mosteiros e palácios que, ao longo da sua existência, tiveram inúmeras utilizações, mostrando a sua plasticidade funcional e a sua adaptabilidade às necessidades, mais ou menos espontâneas, do tempo. O Open House Lisboa propõe a descoberta da constante impermanência da arquitectura.

A chamada ao voluntariado, que está aberta até 20 de Abril, integra um programa de intercâmbio europeu que dá oportunidade a quem participa nesta 13.ª edição de viajar até Bilbao (5 e 6/10), Barcelona (26-27/10), Tessalónica (por anunciar) e conhecer outras formas de fazer cidade.

A rede de cidades do Open House Worldwide continua a crescer, passando em 2024 a incluir mais cinco cidades: Miami, Berna, Murcia, Hong Kong e Zaragoza.