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Norte-americanos vão continuar a apostar em Portugal em 2023

13 de janeiro de 2023

Portugal continuará a ser um mercado quente para quem quer investir, nomeadamente para os “baby boomers” que querem comprar propriedades para os filhos, revela o Sotheby’s International Realty Luxury Outlook 2023.

Para o nosso país, o investimento norte-americano surge como um dos grandes destaques: com a valorização do dólar, espera-se que os investidores desta geografia continuem a fazer uso do seu poder de compra superior no estrangeiro. Ao lado de Espanha, Grécia, França e Itália, Portugal (Lisboa, Porto, Algarve e Madeira) já se colocou no top de destinos destes compradores de luxo.

Recorde-se que em 2022, a Sotheby’s verificou que pela primeira vez os norte-americanos subiram ao top de investidores de imobiliário em Portugal, surgindo em primeiro lugar na compra de imóveis de luxo na região de Lisboa. Um interesse que tem tido um crescimento consistente e que, explica a Sotheby’s Realty, registou recentemente um novo aumento da procura quando, em novembro passado, o Turismo de Portugal fez uma acção de ativação em Times Square, Nova Iorque, a propósito do lançamento da figura de Cristiano Ronaldo no Museu Madame Tussauds.

Aos norte-americanos juntam-se os portugueses, os ingleses e os alemães no top de nacionalidades mais recorrentes entre os compradores em solo português no segmento de luxo. A segurança, qualidade de vida, hospitalidade dos portugueses, infraestruturas, educação e saúde surgem entre as qualidades mais valorizadas no país. E as que tornam o país um dos destinos favoritos para expatriados e reformados norte-americanos – e não só. “A pandemia reforçou este interesse no imobiliário português com cada vez mais investidores a focarem-se em Portugal. Acredito que esta tendência de compradores de luxo norte-americanos se vai manter e crescer ainda mais nos próximos anos” explica Miguel Poisson, CEO da Portugal Sotheby’s Realty.

O imobiliário vai continuar a afirmar-se como a melhor forma de passar riqueza para a próxima geração – nomeadamente da parte dos baby boomers (todos os nascidos entre 1945 e 1964, período de pós-guerra marcado por forte aumento da natalidade) que continuam a ser os maiores detentores de riqueza. E essa tendência também reforça o investimento norte-americano em Portugal.

O relatório adianta ainda que se estima que a riqueza global terá crescido em 2021 cerca de 12,7% ascendendo a 463,6 biliões de dólares (do inglês trillion), a mais rápida taxa de crescimento anual alguma vez registada, de acordo com dados do Global Wealth Report da Credit Suisse.

Um crescimento de riqueza que se aliou a um período conturbado, em que as pessoas foram obrigadas a passar mais tempo em casa – no caso destes investidores, esse tempo fez com que desfrutassem mais dos seus espaços e, também, que controlassem melhor as suas despesas tornando, por isso, menos provável o ato de venda. Uma realidade parece ser geral: há um portefólio curto e pouca construção nova.

Mais há mais tendências a destacar, da natureza ao metaverso:

  • Compra para doação

Uma das tendências que será reforçada em 2023 no mercado imobiliário de luxo é a compra para doação. A transferência de propriedades para a geração futura será benéfica, tendo em conta também a dificuldade cada vez maior dos jovens no acesso à habitação, não só em Portugal como em outros países do mundo.

  • A natureza como comodidade de topo

Na era pós-pandemia assiste-se ao crescimento do interesse por propriedades de luxo localizadas perto de florestas ou montanhas ou com um espaço exterior especialmente amplo. Batizadas de naturehoods, este tipo de áreas estão a apelar cada vez mais aos investidores: Nova Zelândia, Grécia ou Itália são alguns dos países que assistem ao crescimento da tendência. E Portugal não é exceção.

  • Procura de novos destinos

Os investidores já não procuram apenas os clássicos destinos para segunda-casa, e também estão cada vez mais interessados em zonas emergentes. A Cidade do México surge como um dos exemplos onde 40% das vendas foram para compradores estrangeiros e prevê-se que em 2023 esse valor ascenda a 60%. A Croácia, que acaba de entrar na zona Euro também está a registar maior procura assim como o Médio Oriente, em concreto o Egipto, que está a registar uma multiplicação dos empreendimentos de luxo.

  • Aposta no metaverso

O mercado imobiliário está a crescer além das fronteiras do mundo real – para o metaverso. É expectável que tanto operações de compra como de arrendamento cresçam nesta realidade paralela. Aliás, a Sotheby’s International Realty (Florida) juntamente com a Voxel Architects e um colecionador de arte NFT, Gabe Sierra, juntaram-se para construir a Meta Residence, a primeira mansão do mundo real (em Miami) que terá uma réplica no mundo virtual (em concreto no metaverso The Sandbox) e que irá para leilão no início deste ano.